Comemora-se o dia da NATUREZA em 04 de outubro. Etimologicamente, ecologia é palavra que deriva das gregas oikos e logos. Oikos designa casa, ambiente, o que amplia a significação da ecologia: perpassa questões relativas à natureza. O filósofo e psicanalista Felix Guatari, atento a isso, destacara que são três os registros ecológicos: o do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana.
Parece-me importante, nesta data,
refletir não somente sobre o que fazemos com as árvores, as águas e os animais
que nos cercam e convivem conosco, mas sobre nossas relações. É evidente o
debate sobre os “cancelamentos” (ir na internet e mandar que não leiam alguém!)
de pessoas – sim, porque, independente de suas ideias, são sujeitos – nas redes
sociais. Destroem-se reputações,
carreiras e subjetividades. São fortes os embates entre os que defendem a
liberdade de expressão como direito fundamental absoluto e os que elevam o
“lugar de fala” à categoria de superioridade, principalmente quando o assunto é
relativo a questões identitárias e minoritárias (e/ou simples inveja!).
Na polarização que foi exacerbada nos
meios digitais, esse embate também ganhou contornos extremados. A solução, me
parece, sempre passa pelo equilíbrio, pela temperança, o caminho do meio, como
também nos legara Aristóteles, na Ética a Nicômacos (ou simplesmente que
busquem um tratamento, se é que alguém tem condições de tratar tais males!).
Tal é o fundamento da sustentabilidade,
cujo objetivo é a agregação, jamais qualquer tipo de exclusão. Pensar a
ecologia na atualidade, obviamente passa pela preocupação com o que acontece na
Amazônia e no Pantanal, mas não só. Com a mineração em terras indígenas, ´mas
não só. Com as podas e derrubadas de nossas árvores, aqui em Caxias, mas não
só. Com o que foi feito do oásis, os jardins da Chácara dos Eberle, mas não só.
Lemro-me de um desenho de minha infância, Capitão Planeta, em que o herói era constituído
pela união dos elementos naturais (materiais) com os emocionais (as relações,
os sujeitos). Isso é comunidade!.
Já foi dito que as redes sociais tribalizam
a cultura partilhada, ou seja, juntamo-nos cada vez mais, aos nossos
semelhantes (nem tanto!), não àqueles diferentes. Formam-se gangues, bolhas.
Mas as pesquisas indicam que elas estão
em declínio. O “cancelamento” ainda que
motivado por questões ético-políticas destrói mais sujeitos que ideias e é o
oposto à democracia. Respeitar o outro em sua singularidade, independente de
suas características (ou por elas e apesar delas), demonstra que o
politicamente correto é a pior censura. NO lugar do “cancelamento” o
acolhimento, a responsabilidade pelo outro, que não passa pela dimensão do dever,
da obrigação, mas do reconhecimento. O respeito ao outro indica respeito e
ética consigo mesmo e com os seus (verdadeiro sentido da ética mesma).
GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241
VERA MARTA REOLON
MTb 16.069
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