"EM TEMPOS DE M E N T I R A UNIVERSAL,

DIZER A V E R D A D E É UM ATO REVOLUCIONÁRIO"

George Orwel
"Quando enterrada, a verdade cresce e se sufoca, ganha uma força tão explosiva que quando vem a tona vai explodindo tudo."

Emile Zola

"Numa obra de arte, o crítico busca o teor de verdade (wahrheitsgehalt), o comentador o teor de coisa (sachgehalt). O que determina a relação entre os dois é esta lei fundamental de toda escrita: à medida que o teor de verdade de uma obra adquire mais significação, sua ligação com o teor de coisa se torna menos aparente e mais interior.

[...] então, somente ele [o historiador, o filósofo] pode colocar a questão crítica fundamental: a aparência do teor de verdade se prende ao teor de coisa, ou a vida do teor de coisa se prende ao teor de verdade?

Pois, ao se dissociarem na obra, eles decidem sobre sua imortalidade. Neste sentido a história das obras prepara sua crítica e aumenta assim a distância histórica de seu poder.

Se compararmos a obra à fogueira, o comentador está diante dela como o químico, o crítico como o alquimista. Enquanto para aquele madeira e cinzas são os únicos objetos de sua análise, para este apenas a chama é um enigma, o enigma do vivo.

Assim o crítico se interroga sobre a verdade cuja chama viva continua a arder por cima das pesadas lenhas do passado e da cinza ligeira do vivido. " Walter Benjamim

"NÃO PERCA TEMPO TENTANDO SER

NINGUÉM EXCETO VOCÊ MESMO,

PORQUE AS COISAS QUE TE FAZEM

UM ESTRANHO SÃO AQUELAS

QUE TE DEIXAM PODEROSO"
PLATT

UMA OBRA SÓ SE TORNA OBRA DE ARTE A PARTIR DA CRÍTICA.


CUIDADO!
ARTE inclui:Dança, Música, Teatro, Literatura,Pintura, Escultura,....., e todo trabalho que dedicamos (pelos nossos TALENTOS) e o realizamos com AMOR (sem inveja, nem dor, nem....)!!!!!!
"UMA FOTO É UM SEGREDO SOBRE UM SEGREDO.

QUANTO MAIS ELA DIZ, MENOS VOCÊ SABE."
D.A.



"A VIDA É UM SONHO.

TORNE-O REAL".
M.T.


"INCAPAZ DE PERCEBER A TUA FORMA, TE ENCONTRO EM VOLTA DE MIM.
TUA PRESENÇA ENCHE MEUS OLHOS COM TEU AMOR, AQUECE MEU CORAÇÃO, POIS ESTÁS EM TODO LUGAR"
A que se presta este blog??????????...............a estabelecer notícias, comentar fatos do cotidiano no e do mundo........elaborar alguma crônica de autoria dos blogueiros responsáveis (que, é óbvio, são maiores, responsáveis, éticos, e nada crianças - embora possuir a leveza das crianças "educadas" não seja nada ruim!!!!!).......realizar críticas, como pensamos não existir nas mídias que temos e vemos..........com, cremos, sabedoria e precisão.........com intuito de buscar melhorias em nossas relações com os seres vivos........e com/para o mundo..........se possível!!!!!!................



Críticas por e pela ARTE ( ESTÉTICA COM ÉTICA - como deve ser!!!! - desde a PAIDÉIA - A BILDUNG - .......ATÉ O SEMPRE!!!!!!!)




EDITORIA RESPONSÁVEL:
GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA E
VERA MARTA REOLON

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

A Caxias que eu quero


GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
Curador e crítico de arte, jornalista, filósofo e sociólogo

Final de ano é sempre um momento de refletir sobre o que passou e o que virá, fazer projetos, planejar metas. Compartilho aqui ideias (será tudo uma utopia?) para uma Caxias em 2019, uma Caxias que eu quero (e espero que outros o queiram, ou não – mas proponham o debate rumo a melhorias).
Começo pela área cultural. Caxias está mais receptiva à arte – não que fosse avessa a esta, mas ela sempre ficou em segundo plano e, só mais recentemente, vem mudando.  Desejo profundamente que, se inconstitucional a vinculação de Receita com o Financiarte, a Prefeitura entenda o financiamento como fundamental para a cidade – o acesso às diferentes manifestações artísticas tem consequências importantes na educação, na saúde e na assistência social (diminui os custos com essas últimas, o que, penso, é o desejo de todos: o bem-estar e a saúde física, psíquica e emocional). Desejo que a crítica de arte tenha mais espaço na imprensa local: isso é importante não só para o público, mas para os artistas e, principalmente, para a formação de plateia mais crítica, mais atuante, o que contribui, inclusive, com a economia da comunidade.
Falando em economia, desejo que Caxias não seja tão alienada ao dinheiro. Ele, sozinho, é só um número. Sou ingênuo? Talvez. Mas que o dinheiro não seja símbolo de status e seja usado mais para a transformação social, para valorizar a arte, na tradição e na vanguarda, o turismo, o desenvolvimento humano.
Que o turismo seja amplamente explorado, não só nos já conhecidos pontos de visitação. Que haja mais integração entre a cidade e seu interior: nossos distritos sejam nosso forte, com nossas vinícolas, nossa gastronomia, nossa paisagem ímpar, as peculiaridades do colono e do agricultor familiar, que devem ser valorizados, nossas raízes, a hospitalidade. Que a Festa da Uva não seja só uma festa que dura cerca de duas semanas, a cada dois anos. Isso pode começar com uma iluminação noturna dos letreiros “Festa da Uva” nos pavilhões. Essa iluminação no monumento Cristo Terceiro Milênio também é fundamental – afinal, é obra de Bruno Segalla, um dos nossos maiores artistas. Aliás, que o Instituto Bruno Segalla seja definitivamente visto como um trunfo artístico, turístico e econômico, como a Fundação Iberê Camargo (em Porto Alegre). Que a Maesa saia do papel e sirva à cidade, não ao Poder Público (aliás, até este deveria ser a sociedade, não políticos a brigar por Poder).
Mais amplamente: que o emprego seja retomado, a educação não seja vista como mercadoria, que no trânsito haja mais bom-senso; mais parques sejam cultivados, menos árvores sejam derrubadas, mais árvores sejam plantadas; eventos com Mississippi Delta Blues Festival, Caxias em Cena e Caxias em Movimento sejam mantidos e ampliados; que nossa Companhia Municipal de Dança, uma das únicas do país, seja produto de exportação. Que os empresários incentivem a arte. Que a cidade valorize também o caxiense, e não só o que vem de fora. Isso e muito mais. Será idealismo? 

CRÍTICA/Dança: Profissionalismo e argumento marcam espetáculo da Endança


Marcante foi o espetáculo “Terra” da Endança – Jazz e Cia, que aconteceu nos dias 20 e 21 de dezembro, no UCS Teatro. Era para ser só (só?) a mostra de trabalhos anuais de uma escola de dança. Sabe, daquelas que se vê muito, com aquela cara de amadorismo, em que nada parece sequer ter sido ensaiado, com erros crassos, em que cada convidado só parece interessado em ver o seu amigo e ir embora? Pois é, “Terra” não foi nada disso. O espetáculo foi marcado pelo profissionalismo e pelo argumento (conceito empregado, à semelhança de uma narrativa) que costurou todas as coreografias. E a Endança se mostrou uma Companhia.

Sobre o argumento, “Terra: a casa que habitamos”, importante destacar que foi escolhido numa época de valorização da sustentabilidade ambiental, o que o torna bem contextualizado e atento às preocupações contemporâneas. Houve uma pesquisa bem fundamentada do tema, o que ficou claro pelo texto contido no programa (o mesmo narrado durante o espetáculo) e pelas imagens projetadas ao fundo do palco, que funcionavam como cenário. O texto e as imagens, associados, só engrandeceram  e favoreceram as partituras de movimentos, e se constituíram: desde a origem do universo, há 15 bilhões de anos, até a sociedade humana atual. A direção, nesse sentido, optou por um caminho mais seguro, não atento a fatos históricos – o que seria um trabalho gigantesco ou superficial – e trouxe a formação dos planetas, da Terra, dos primeiros seres, dos seres com organismos mais complexos (da água, do solo e do ar), do homem. Posteriormente, destacou as grandes civilizações – os sumérios, os egípcios, os chineses, os núbios, os gregos, os romanos, os maias, os incas, os astecas, os vikings, os atlantes. Por fim, a sociedade atual (nesta, uma mostra excessiva de celulares, embora esses, de fato, sejam um elemento da atualidade).

Embora um pouco cansativo, pela duração de duas horas e vinte minutos, o espetáculo soube dosar bem a integração de quase duzentos bailarinos, de todas as idades e todos os tipos de corpos, o que também merece destaque, já que a apresentação não se fragmentou, ou compartimentou, em turmas. Obviamente que se percebeu certa divisão, mas não como comumente se observa, em que pequenos se apresentam e vão embora, depois adolescentes, depois adultos.

Quanto ao figurino: a Cia soube cria-lo e usa-lo de forma muito eficiente, contribuindo para o espetáculo, assim como a iluminação (ora com foco, ora em contraste). Roupas muito bem elaboradas, dando Sentido com todo, principalmente no tocante aos seres vivos (com destaque às águas-vivas, cobras, onças e macacos – destaque cênico-interpretativo desses últimos, assim como do grupo dos vikings).

Em relação à partira de movimentos: embora bem  executados, com sincronia grupal e sem erros evidentes, ressalta-se que a Presença se constituiu em determinados bailarinos que, percebe-se, gostavam muito de ali estar, outros, no entanto, embora executando com precisão as coreografias, o faziam mais mecanicamente, sem assinatura. Claro, sempre há isso. Cabe também uma crítica quanto à variedade de movimentos, que poderiam ter sido mais explorados. Sabe-se que a Endança é uma companhia de jazz e danças urbanas, mas outros movimentos poderiam ter sido incorporados, de modo a não reprisar tanto alguns deles – quem sabe usando espaços alternativos, horizontalizando mais.

O espetáculo, sem dúvida, merece ser exportado, apresentado em outros espaços, talvez com duração menor. Tem tudo para ter mais sucesso. O que falta à Endança é divulgação e um bom trabalho de assessoria de imprensa e marketing.


Guilherme Reolon de Oliveira
Mtb 15.241

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

emprego, "hackeagens" podres e .....outros!!!

Então...................

sei de meus talentos ............e de minhas responsabilidades.............sou.....o que eu mesma nomeio ÉTICA!!!!!......estudei e li o bastante para saber que EU SOU!!!!!....

também sei que horrendos e podres usaram meus talentos..........e continuam usando..........com a anuência de quem deveria me proteger...........e, por extensão, a meu filho e animais...........além de meus pais (in memoriam)  e meus irmãos...............

apesar de eu tê-los procurado há anos para nos proteger.............e ter obtido deles textos ASSINADOS de que nos pagariam, devolveriam, ressarciriam, reconheceriam e diriam a verdade sobre todos os fatos..................e erros cometidos........


bem, de minha parte sempre cumpri com o que minha consciência dita..............e o respeito ético que devo aos meus...............


inclusive....e aqui vem o de que se trata neste momento..................apresentei "n" projetos......inclusive acadêmicos..............para providências quanto ao futuro da humanidade..............e, especialmente a falta de empregos................quanto ao trabalho disponível............etc....

bem...............Hanna Arendt já discorria sobre a necessária vinculação do homem a seu modo de habitar o planeta.............necessariamente a AÇÃO...............o TRABALHO.............

 claro que os poucos que realmente entendem...ou querem entender o que Hanna escreveu.....

ninguém é feliz .................sem produzir............sem TRABALHAR.............

claro que aqui digo de trabalho específico............vinculado aos talentos...........semelhante à parábola dos talentos..................exposta e discutida (sem sempre de forma correta, inclusive por teólogos podres e incapazes)...em diversos ambientes.......acadêmicos ou não.............


e não é que seguidores...............podres e desonestos que nos roubam...........roubaram e seguem torturando......

não querem retroceder e buscar o que a ética já apregoava há muuuuuuuuuuuuuuuuito.............

estamos entrando em uma crise sem precedentes...............e os dados.....obviamente.............não são os divulgados oficialmente.................por quaisquer governos e/ou partidos políticos que os apregoam............

aliado a falta de empregos formais ou não...............temos ainda............os podres que sugerem empregos vinculados às tecnologias................


vejam....................para que tenhamos as capacitações necessárias para efetivamente não sermos escravos.................das tecnologias..............e de seus mentores podres (vide tudo o que fazem - vendas de apps, para isso e aquilo,  hackeagens, bem ou mal feitas, invasões, roubo de dados,etc...)....deveríamos ter altos (digo mesmo ALTOS)  conhecimentos de programação, de linguagens de máquina, de algoritmos,.......e por aí afora..............o que estamos longe de ter.............mesmo os ma is ricos do mundo....................usando e obtendo das tecnologias...........na maior parte das vezes de forma ilícita...............


porque ............para ser ÉTICO no quesito tecnologias.............também precisa de mais conhecimento.............. e não simplesmente ser um SIMULADOR de outros recursos................aqui sim..............SIMULACRO podre..................já antevisto por Platão.................a.C..............


então.............recessão.............falta de emprego..............e não venham com a conversa fiada de que ócio é bom.................só os vagabundos.............e sem talento..............pensam em viver de ócio............o que decerto é um morrer......................que o digam os muitos doentes.............por, após anos de trabalho, viverem uma aposentadoria desgastante e doente............e, pior, sem recursos suficientes para sua subsistência!!!!!!!!!!!!!!!!...................


VERA MARTA REOLON
sempre apenas EU!!!!!!!!!!!!!!!!!!


(também publicado  em meu blog pessoal)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

QUE É ISSO COMPANHEIRO??????

então...............


chegamos ao final de mais um ano...................


e o que vemos??????


a correria de sempre.............atrás de resolver problemas antes do final do ano...........para, supersticiosamente ou não, começar um ano novo de forma  "zerada"...........com "penduricalhos"...............claro que todos buscamos............sem nem sempre conseguirmos..............


talvez os prefeitos também...............

mas, geeeeeeeeeeeeeeeeeeentem!!!!!!.........


que é isso???????

ruas esburacadas..............por todo canto...............num momento tenso para as pessoas............pelas razões expostas acima............ inclusive..............


trabalhadores.............atrapalhando essas pessoas atarefadas com suas questões...............


será que não poderiam deixar estas tarefas............até para serem realizadas com mais precisão...............para janeiro.............quando grande parte da população está no litoral..............em merecidos.............ou não.........descanso............e as cidades estão mais "disponíveis" para o trabalho necessário de reposição de condições de transitabilidade????????????????????


VERA MARTA REOLON
MtB 16.069

terça-feira, 27 de novembro de 2018

CRÍTICA/Música: Blues em Caxias, sim!





Aconteceu nos últimos dias 22, 23 e 24, a 11ª edição do Mississippi Delta Blues Festival, o maior festival de blues da América Latina. Com uma estrutura bem organizada, o MDBF contou com sete palcos e uma série de bancas de bebidas e comidas, transformando-se numa “Cidade do Blues”.

Obviamente que se apresentaram lendas da música internacional – americanos, ingleses, etc. – mas cabe destacar a performance de uma cantora brasileira que arrasa no vocal: Angela Ro Ro. Ro Ro esteve no Magnolia Stage, palco destinado às vozes femininas, no dia 23, e levou a plateia às risadas (com ótimos comentários, destinados ora ao companheiro de palco tecladista, ora ao público, falando de sua sexualidade, de esquecimentos de letras...). Todos entoaram “Amor, meu grande amor” em coro uníssono, assim como o bis “Malandragem”, conhecida na voz de Cássia Eller. Foram ótimos os momentos, aplaudidos, em que revelou agora só beber água (e quando vinha ao RS “só pensava em beber vinho”) e ser vegana (ao lhe oferecerem cachorro-quente); dizer que “depois de certa idade, mudam-se as preferências” (ao “paquerar” um espectador) e conversar com uma fã. Sem contar quando falou para apagarem as luzes, porque, acesas, “aparece os caras beijando as outras, e eu entrego!”. Divertidíssimo, e um reflexo do contemporâneo.

Cabe destacar  também a apresentação de dança que antecedeu Ro Ro no Magnólia Stage. Ao som de “Freedom”, com a chuva torrencial de fundo, os performers surpreenderam numa excelente apresentação.

Esse foi apenas um exemplo dos quase 70 shows que aconteceram no MDBF 2018. E apenas uma das facetas de um festival que projeta Caxias no cenário brasileiro e mesmo internacional. Ouvi um comentário um tanto perturbador: “o MDBF nem parece Caxias”. Por quê? O MDBF, é importante ressaltar, foi muito bem divulgado e foi fruto também de um bem elaborado projeto arquitetônico.  Contou com eventos prévios. A organização foi impecável, criou um excelente material para os participantes: além da programação de todos os palcos, um mapa da “Cidade do Blues”.

Cabe agora torcer para que a edição 2019 mantenha esse nível. Até porque haverá, no ano que vem, uma edição extra, no Rio, com o tema “Carnaval”, coisa que, talvez ignoremos, mas une Caxias, a cidade que carnavaliza suas origens e, como é costume dizer, sua pujança, na Festa da Uva, e o Rio, a cidade do Carnaval.

Guilherme Reolon de Oliveira
MTb 15.241

sábado, 24 de novembro de 2018

MDBF!!!!!!! - 11th Edição

E Caxias do Sul sedia por esses dias (de 22.11 a 24.11.2018), o 11th Festival Mississippi Delta Blues......com o tema "Front Porch" ou, como o intitularam "A Casinha do Blues"...algo como a volta às origens do Blues.......

e olha que conseguiram nos dar uma boa ideia da coisa!!!!...


Tínhamos ido na 2th  edição do Festival em 2009 e, de lá para cá, sentimos grande diferença.....

talvez não tanto nas apresentações......que sempre são nacionais e internacionais da melhor qualidade......

mas.............a organização do evento........... quanta diferença.........

tudo muito bem administrado.........informações, serviços....tudo....


problemas com a chuva torrencial que se abateu sobre a cidade............até que não estragaram o evento........nem a alegria das pessoas, músicos e do festival...........


mas............(para não perder o jeito da crítica!)......para a próxima......poderiam fazer espaços mais cobertos para os deslocamentos de um palco para o outro......sem se molhar tanto.............

de resto................

o copo poderia voltar a ser distribuído a todos que estão com o ingresso...........


músicos e clima..............irreparáveis!!!!!!!!!!!!!!!!!


Fica uma questão: No próximo ano parece que o tema será o Carnaval.....e haverá uma "réplica" (se é que posso chamar assim - mas nunca se consegue replicar algo que já está - se "tenta" - mas, quando se tenta.....)....no Rio de Janeiro....claro que Carnaval e Rio de Janeiro combinam bem!!!!


Vera Marta Reolon
MTb 16.069

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

CRÍTICA/DANÇA: Michael Jackson e Frida Kahlo: entre a dança e a performance


Aconteceu nesta semana o Caxias em Movimento. Embora a cidade seja uma das únicas no país a ter uma companhia municipal de dança, muito há por fazer em relação a esta arte por aqui – claro, não só em Caxias, o público de dança é escasso. Mas em alguns momentos, há o que comemorar. Já falamos neste espaço sobre o espetáculo Contos de Falta, por exemplo, da companhia municipal – apresentado novamente neste fim-de-semana, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.

O Caxias em Movimento, contudo, trouxe um pouco de tudo. O primeiro dia de apresentações, no Teatro Valentim Lazzarotto, foi um mix de diversos grupos: desde folclóricos e religiosos até grupos “amadores” de Organizações Não-Governamentais. O destaque foi o núcleo artístico do Ballet Margô, especialmente a última apresentação deste.

Na sexta-feira, dia 09, no Teatro Pedro Parenti, foi a vez da Geda Companhia de Dança Contemporânea apresentar “Às vezes eu Kahlo”, um espetáculo mais próximo da performance que da dança contemporânea,  embora talvez a Cia questione esta avaliação. Com movimentos diferenciados, se comparados ao que se vê comumente, a performance soube usar bem os elementos cênicos para construir uma narrativa em que a Presença trouxe sentido, sendo esse talvez o seu maior mérito: símbolos que remetiam à biografia da pintora Frida Kahlo estavam lá, como a cadeira de rodas, a flor no cabelo e outros que lembravam seus traumas cirúrgicos – o serrote, a tesoura, os inúmeros cortes. O mote era a imobilidade de Kahlo, e isso se fez presente, inclusive nos movimentos “trancados”,  cortados, suprimidos, difíceis; cabos que prendiam a cabeça, no início, poderiam ser interpretados como a imobilidade de pensamento, a dependência no início da vida. Quando estes são cortados, a imobilidade acontece no corpo sofrido. Cabe destacar o uso de figurino adequado à personagem, bem como o uso da cor preta, em contraposição ao colorido explosivo,  característico das obras de Frida – o que lembrou um eterno luto pelo impossível das relações afetivas, pela imobilidade causada por acidentes e procedimentos médicos erráticos.

Fora do Caxias em Movimento,  cabe destacar o espetáculo promovido pelo Projeto Terça Cult, do Recreio da Juventude, apresentado na Sede Social do Clube no dia 06. O espetáculo foi um Tributo a Michael Jackson: a primeira constituindo a apresentação musical; a segunda, dança. Cabe um destaque para essa última, que ficou a cargo de um excelente Corpo de Baile, da Endança, conhecida Escola de Jazz. Comparando-se esse espetáculo com o anteriormente comentado, fica claro que esse se configurou como dança (uma mescla de dança moderna com contemporânea), ao passo que aquele foi uma performance. Embora sem cenário e elementos  cênicos, mas com figurino adequado (simples, porém exato na moderação), a Endança soube agradar ao público com o que tem de melhor: o movimento e o corpo. Destaco a ligação entre uma coreografia e outra, os pontos de conexão (nunca o palco ficando vazio, dando a sensação de unidade) e a excelência de movimentos (mesclando, com mestria, partes sincrônicas, em que um grupo com mais bailarinos se apresentava, e outras em que c ada bailarino executava com singularidade sua coreografia – Pina Bausch?). Outro ponto alto da apresentação foi o uso de iluminação – ora focando os singulares, ora dando visibilidade à sincronia grupal. Realmente um tributo justo ao Rei do Pop, com bailarinos muito bem preparados. Aqui o Sentido, já conhecido (imortalizado nos clipes de Michael) foi transfigurado em Presença (bailarinos que poderiam integrar os shows do astro).

Guilherme Reolon de Oliveira
MTb 15.241

sábado, 3 de novembro de 2018

CRÍTICA/Teatro e Música: Identidade gaúcha nos palcos



Três foram os espetáculos recentes que trouxeram a identidade gaúcha – ou o ser gaúcho  - como cernes de suas apresentações: Roda de Chimarrão, Tchê Festival e Chico César com Vitor Ramil.

Roda de Chimarrão foi espetáculo musical apresentado nos dias 15 e 16 de outubro, no Teatro Pedro Parenti, em Caxias. Unindo música, teatro e dança, de forma descontraída, lembrando mesmo uma roda de amigos, contando causos, cantando suas façanhas e mazelas, celebrando em baile, o grupo de canto Vozes do Sul encantou. Foi singular, pois buscou unir a cultura do pampa com a cultura da serra, congregando-as no que se convencionou como identidade gaúcha. A verossimilhança da roda de chimarrão foi ainda maior pelo uso de figurino condizente – sem ser estereotipado nos excessos – e pelo cenário, com importantes elementos cênicos, que lembraram o galpão, o fogo de chão, uma casa improvisada e acolhedora.

Tchê Festival, de forma diferente, também explorou a gauchidade. Organizado pelo aclamado grupo de chamamé Yangos, o festival apresentou duas bandas, com propostas singulares e relevantes em suas sutilezas: a primeira, um trio vindo de Corrientes (Argentina), mostrando a “hermandade” dos gauchos; a segunda, uma banda de rock caxiense, com pegada no chamamé com batida pesada, lembrando que nem só de folclore é feita a cultura gaúcha. Tchê Festival foi apresentado no dia 20 de outubro, no Teatro Pedro Parenti, também em Caxias.

Por fim, o show de Vitor Ramil com Chico César marcou a união da estética do frio (que caracterizaria a identidade gaúcha) com a “ética do fogo”, nas palavras de Chico César (embora discorde de Chico, já que o que ele nomeia como ética, no mundo contemporâneo ainda é uma "estética", mas, enfin!) O show, apresentado no dia 21 de outubro, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, foi um compilado da produção dos dois músicos – ambos cantando juntos os repertórios. Cabe destacar que Chico já havia cantado, sozinho, o repertório de Ramil em outra ocasião – naquela fazendo novos arranjos e promovendo, lá sim, uma maior integração do frio com o quente (chegou a nos deixar tão extasiados que se parecia estar traindo o gosto pelas composições de Vitor). Ainda assim, este último show foi muito bom.

No dia 21, também aconteceu, em Caxias, os Concertos da Primavera, com a Orquestra Sinfônica da UCS, excelentes solitas e o Coro da UCS. O repertório: Beatles. Óbvio que o resultado foi maravilhoso, sempre é bom ouvir Beatles, ainda mais ao ar livre, num dia de céu claro.

Guilherme Reolon de Oliveira
Mtb 15.241

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

CRÍTICA/TEATRO: Nanetto Pipetta e Os Miseráveis: duas facetas da arte caxiense


Apresentaram-se em Caxias neste mês de setembro dois espetáculos teatrais bem distintos que, porém, refletem uma certa multiplicidade cultural representativa da cidade, ainda que restrita. Foram eles: Mitincanto, do grupo Miseri Coloni, apresentado no dia 08, no Teatro Pedro Parenti; e Os Miseráveis, apresentado no dia 25, no Teatro do Campus 8 da UCS.

Mitincanto – aventuras e desventuras de Nanetto Pipetta foi uma opereta no sentido tradicional: um gênero da ópera, de duração mais curta e com apelo cômico. O grupo o classificou como “espetáculo envolvendo música, canto e teatro” – exatamente uma opereta na nossa concepção. Uma opereta sobre as mazelas e alegrias da saga de imigração italiana, seus mitos tradicionais e mais uma dose de comicidade quase à la Chaplin. O grupo já havia encenado a história de Nanetto Pipetta, vivida pelo inesquecível ator que dá nome ao teatro da Casa da Cultura, daí também a dificuldade em interpretar o texto, já que o Nanetto de Pedro Parenti ainda está vívido na  memória do público. Mitincanto, baseado em roteiro escrito por José Clemente Pozenato, foi uma excelente homenagem àquele. Falada em talian e português, a peça narra a epopeia do personagem: o nascimento na Itália, a imigração ao Brasil, o casamento, as dificuldades alegorizadas pelos mitos de Sanguanel, dentre outros da tradição veneta.

Os Miseráveis, em outra ponta, foi uma adaptação da obra homônima de Victor Hugo, já encenada nos palcos e levada ao cinema por Hollywood. Não muito diferente, a obra também narra as mazelas de um personagem e seus congêneres numa França alegorizada que remete à Revolução de 1789: os revolucionários, antes em dificuldades extremas, sendo perseguidos, vendidos, mal-tratados. Embora a adaptação tenha sido fruto de um trabalho acadêmico, nada perdeu em relação a uma apresentação considerada profissional. Se houveram equívocos, foram nos quesitos iluminação (com alguns focos descentrados) e, principalmente, de sonorização – o que é grave para um musical – : os instrumentos estavam com o som muito alto, ao passo que as vozes dos atores/cantores quase não eram ouvidas e compreendidas. Com isso, perdia-se importantes partes do roteiro. Vale destacar que o espetáculo foi reunião de alunos de diferentes cursos: música, artes visuais, arquitetura, design, design de moda, estética e cosmética, iluminação, cenografia. Ou seja, não há curso de artes cênicas na UCS, o que torna a apresentação ainda melhor avaliada: os atores estavam muito bem em cena.

Guilherme Reolon de Oliveira
Mtb 15.241

Balanço Geral Porto Alegre em Cena 2018


O último Porto Alegre em Cena trouxe um número consideravelmente menor de espetáculos – não apenas internacionais, mesmo de locais. Ampliou, entretanto, o número de atividades paralelas (palestras, festas, oficinas). Consequência da crise financeira? Talvez. Mas o festival não é para o público? Parece estar sendo mais para atores... Isso tudo poderia ser oferecido o ano inteiro. O festival visaria formar plateia, com valores subsidiados. Dada a variedade mais restrita das apresentações, que podemos dizer delas?

40 mil Kms
A companhia chilena apresentou um teatro-documentário, e aquela sensação de estranhamento (“é ficção ou realidade?”) se fez presente. Houve uma conversa com o público, parecíamos estar no grupo de imigrantes retratados. Importantes reflexões destacaram a peça. Mas a linguagem teatral foi simplória, com poucos recursos cênicos.

A Bergman Affair
Muito bom o espetáculo francês: bem equilibrado e dosado. Com interpretação coesa e de acordo com o teor textual do roteiro, souberam utilizar elementos cênicos que, embora simples, foram suficientes para uma apresentação com dramaticidade inspirada em Bergman.

A tragédia e comédia latino-americana
Uma reunião de textos de autores latino-americanos pouco ou nada conhecidos foi o mote para um espetáculo crítico (inclusive no sentido da Teoria Crítica), proporcionando uma dialética entre tragédia e comédia das mazelas de colonizados e explorados. Interpretação impecável para questões urgentes em quase quatro horas de espetáculo, pouco cansativas.

Grande Sertão: Veredas
Soluções interpretativas interessantes para uma possível leitura da obra homônima de Guimarães Rosa. Mas e a linguagem que a singulariza? Perdeu-se o principal.

Preto
Fragmentos sem-sentido. Embora com boa interpretação, faltou coesão e coerência textual. Ausência de cenário e elementos cênicos.

Caverna
Jogo de “espelhos” em uma coreografia que ia-e-vinha: reprise porém inversa, a tornou interessante, porém previsível, o que é um equívoco grave em dança.  

Guilherme Reolon de Oliveira – Mtb 15.241
Vera Marta Reolon – Mtb 16.069

sábado, 29 de setembro de 2018

CARTA AO INSTITUTO BRUNO SEGALLA


Guilherme Reolon de Oliveira
Curador e crítico de arte, jornalista, filósofo e sociólogo

        Caro IBS, neste mês completas 13 anos de atividades. Aliás, foi com tua instauração que pensei (acho que outros também pensaram) que Caxias estava mudando: passando de um estado de letargia cultural para um patamar de reconhecimento dos seus artistas, dando visibilidade às produções locais. Será que me enganei, e continuamos a reconhecer e premiar apenas empresários e seus feitos monetários?
                Eu sei, tu nasceste de um esforço grande de teus fundadores. Está lá, em tua ata de fundação de 27 de setembro de 2005. No aniversário de teus 10 anos, toda a equipe comemorou, afinal tu estavas contribuindo com a comunidade, sendo um agente de transformação e inclusão cultural, o que só foi possível com a perseverança e persistência de alguns, o apoio e a colaboração de outros para a realização de projetos e ações educativas. Tu estavas em uma nova casa – e isso, eu acho, parecia maravilhoso, afinal uma universidade estava te acolhendo (mas acolher é um ato de extrema e infindável responsabilidade, não concordas?).
                A tua existência é de uma importância sem igual, pois divulgas a obra de um artista, marcada por sua posição política, que contribuiu para a construção de nossa identidade. O Bruno Segalla (1922-2001) foi gravador da Maesa (aquela empresa cujo complexo predial está abandonado, sabe?), desenvolveu milhares de medalhas comemorativas e religiosas, além de condecorações. Meu avô, Genuíno Guilherme Reolon (outro “esquecido” pela cidade), estava bem perto dele, trabalhavam juntos no mesmo setor – um setor que era considerado o artístico da Eberle. Além disso, Bruno deixou uma obra extensa (foram seis décadas de produção) de centenas de esculturas em cerâmica, madeira e bronze, escreveu frases com até 135 letras em cabeças de alfinetes e importantes monumentos públicos em Caxias são de sua autoria. Sabe, as pessoas nem sabem, mas no saguão da Casa da Cultura tem obra dele, assim como bem em frente a ela, na praça Dante. Claro, até no Palácio Piratini. Mas a que considero sua obra-prima é essa mesma que eu disse estar na praça: é um monumento à Gigia Bandeira, uma mulher funileira, à frente de seu tempo. Com conceito e expressividade únicos, Bruno a intitulou de Instinto Primeiro, o que por si só já é belo e singular. Essa escultura talvez seja símbolo de nossas mães – as matronas? – que com um amoroso Olhar nos constituem sujeitos.
                Em 2015, tu estavas “a todo vapor”: com processo de documentação museológica se modernizando para a salvaguarda do acervo de Bruno, aliado a um programa educativo transformador das novas gerações. Mas outro dia, aquele em que fui te visitar, me decepcionei. Aquelas pessoas que cuidavam de ti e nos recebiam não estavam lá, a exposição era a mesma de um ano atrás. A Prefeitura chamou funcionários cedidos e a universidade te deixou meio abandonado, afinal tu não mereces um corredor como espaço expositivo. As empresas também te abandonaram? A cidade te abandonou? Que este teu aniversário sirva para pensarmos no que fizemos contigo – isso reflete uma Caxias que trabalha muito, constrói prédios e valoriza o que e quem é de fora. Sabe, eu sonho com um dia em que estarás numa casa de destaque – sabe aquela em que os Eberle residiam, na Sinimbu? – e que serás fonte de turismo. Será que é possível?


AINDA: que tal dar uma iluminada em uma de suas principais obras??. Bem que o Cristo Terceiro Milênio merece umas lâmpadas que o iluminem à noite e o vejam de longe, não é mesmo???

sábado, 15 de setembro de 2018

SER GAÚCHO

                    
                     Aproximando-nos dos Festejos Farroupilhas, que comemoram a Revolução de 1835, cabe novamente questionarmos o que é ser gaúcho, tendo em vista também a figura de Paixão Cortes (nosso eterno Laçador), recém-falecido. Apreciemos ou não o Movimento Tradicionalista Gaúcho, Paixão foi um de seus fundadores. Questionar o que é ser gaúcho é próprio da filosofia (perguntar o que é), da sociologia e da psicologia (já que uma questão de identidade), ou seja, ultrapassa fronteiras disciplinares.
                Gaúchos, inevitavelmente, são identificados como um povo com singularidades e diferenças marcantes. Sul-riograndenses são antes gauchos e, depois, brasileiros, ou seja, em muito nos aproximamos mais de “hermanos” argentinos e uruguaios e menos de uma tropicalidade esfuziante e carnavalesca. O solo e o clima, segundo pesquisadores como o jornalista André Costantin e a psicanalista Vera Reolon, contribuem para a construção identitária. Nesse sentido, o músico Vitor Ramil destaca da importância de uma “estética do frio”, que caracterizaria nossa cultura e definiria o gaúcho (o gaucho, por extensão). O frio produziria uma metáfora definidora porque toca a todos os sul-riograndenses em sua heterogeneidade, um povo de serra e pampa, de indígenas nativos e imigrantes, rural e urbano, de neve e minuano.
                O Rio Grande do Sul é uma importante zona de fronteira, tem forte presença do imigrante europeu (principalmente alemão e italiano), ao mesmo tempo que tem um clima de estações bem definidas e um passado de guerras. Antecipamo-nos em ser uma república, durante a vigência do regime monarquista no país. Ramil elencou sete características para sua “estética do frio”, que nos identificaria: melancolia, leveza, clareza, rigor, concisão, pureza e profundidade. Associando os valores republicanos, presentes também em nossa bandeira – liberdade, igualdade e humanidade – com tais características, talvez consigamos chegar perto de uma resposta para nossa questão. Afinal, como nos enxergamos e como os outros nos vêem? Pensar sobre nossa identidade – o que somos – é um importante passo para pensarmos também no que desejamos – enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Até mesmo nas lutas diárias, como disse o Coordenador da 25ª Região Tradicionalista, Sr. José Enor Andrade de Oliveira, no discurso de abertura dos festejos farroupilhas.
Lembremos: as eleições estão chegando. Que a Semana Farroupilha sirva para tais reflexões, inclusive para que o MTG esteja alinhado aos valores necessários no século XXI, tais como a valorização da diversidade.


GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241

SEMANA FARROUPILHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Quem somos, o que sabemos de nós?????............

pois é!...........

alguns de nós que buscamos respostas para as perguntas acima.......gastamos anos de análise pessoal em busca do que chamamos de nosso Desejo!!!!!!!!!.............

outros de nós............preocupados com o que nos define...........saímos em busca de algo que nos identifique.............

IDENTIFICAÇÃO................

os gaúchos..........assim mesmo............gaúchos...aqui não falamos de gauchos...........porque gauchos são brasileiros sul-riograndenses, argentinos, uruguaios, paraguaios........


mas.............gaúchos...........sul-riograndenses.............buscamos, mais do que, atentos aos movimentos tradicionalistas (que alguns propõem - com alguma correção, diga-se- ser uma figura imagética criada)...........uma identidade.........o que nos define e nos diferencia como povo do sul deste Brasil..........

e, creio eu...........o que nos dá uma indicação mais precisa desta busca.............é as comemorações do que foi a Revolução Farroupilha................uma luta que durou muito,levou gente de todas as raças...........a defender o que julgaram ser um território diferenciado do resto do Brasil..............um território de gente que precisava de algo que os representasse de forma diferenciada..............porque diferentes eram...........

anos de história a separa-nos daqueles bravos..............

mas......ainda comemoramos sua saga..............

e..........surpresa...........fomos às comemorações, abertura da Semana Farroupilha em Caxias do Sul...........

bela cerimônia...........sem sombra de dúvidas...............bem organizada............(mas, crítica que sou, os microfones poderiam ter sido melhor preparados.........,mas, vamos lá!!!!.....ao que interessa!!!)...


tá certo que já não temos a mesma educação de outros carnavais...........

nas escolas..............há muita defasagem educacional..............

nas casas, nem se fala (afinal é lá que a educação começa..........mas sem educação em casa......como fica, hem??????...............)..............

então........a educação...........aprendia-se que ao ouvirmos o Hino Nacional (símbolo da nação - um dos símbolos - há outros,  claro - mas precisamos saber disso!!!!)..............nos levantávamos e , cantando-o ou não, demonstrávamos respeito................

não é............pessoas (podemos chamá-los assim????)...............conversam sem prestar atenção a nada..........(o que fazem lá, então??????)................pessoas conversam, não se levantam..........sem respeito nenhum a qualquer coisa que possa representar..........representá-los, enquanto  identidade de um tipo específico de gente que habita uma terra...... um pedaço de terra.............

não aplaudem quando passam...............os cavalariços..............mas..........o que foram fazer aí?????????................

tudo bem que tem gente (?????)...........que pensa ir para a universidade..........para achar homem (???)...........mulher(??????)..............


mas E D U C A Ç Ã O................o que é isso mesmo?????????????............



ficam algumas perguntas:

aos organizadores: - quando põem a tocar os hinos...........que sejam tocados em som muito bom..........e alto............para minimamente animar............até os inanimados.......... e/ou os calar de arruaças!!!!!!!!!!!!..............

para o povo - se não estão a fim de ver e respeitar o ambiente e os outros......... vão fazer o nada  e a arruaça.......... em outro lugar.............ao menos respeitem a si e aos que lhe deram alguma educação...........se é que receberam algo............

Cultura Farroupilha...............antes deve-se ter EDUCAÇÃO............e o que eu chamo de ÉTICA!!!!!!!!!!!!........mínima para a VIDA!!!!!!!!!!.............


para o EXECUTIVO da cidade: - POR QUÊ motivo nunca aparece em eventos oficiais..............e só manda representantes.........que nem mesmo.............dizem a que vieram (minimamente o citem????)...........se não queria ser prefeito.........representar seu povo...........POR QUÊ  CONCORREU??????????????????................

e, mais um detalhe: -SE QUEREMOS UM PAÍS MELHOR, BONS E JUSTOS GOVERNANTES..........comecemos POR NÓS...............senão o que temos.........e teremos............é exatamente o que nos representa..............os "merdinhas" que sejamos!!!!!!!!!!!!............

ENFIM................


Farroupilhas somos TODOS NÓS..................inclusive eu!!!!!!!!!!!!

VERA MARTA REOLON
MTb 16.069

     

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O QUATRILHO, A VIÚVA ALEGRE E BEATLES: Um convite às Artes



Três foram as programações que nos marcaram nos últimos dias, por isso denominadas no título de “ Convite às Artes”. Todas, embora de formas singulares, lembraram o que Wagner pensara como arte total, porque integradoras de linguagens e formas artísticas.

A primeira delas, O Quatrilho, foi uma ópera baseada no romance homônimo, também adaptado para o cinema e concorrente ao Oscar de melhor  filme estrangeiro. O Quatrilho trouxe a essência do romance,  no sentido de ter reduzido este a suas cenas mais marcantes, cenas de transformação da narrativa, quebras e rupturas. O figurino estava condizente com o contexto discursivo e o cenário teve destaque, seja por sua concisão (poucos, porém icônicos elementos -  como a roda d’água do moinho, a mesa da cozinha, a cama do quarto, o banco público), seja por sua magnitude (de dimensões e de semiótica). Em dois atos, O Quatrilho foi cantado em italiano – uma tradição na ópera, e língua da narrativa mesma – com diálogos intercalados em talian (hoje também l íngua oficial).  A qualidade cênica dos atores teve destaque, qualidade ainda maior no que tange ao canto lírico.

Tal destaque também pôde ser conferido em A Viúva Alegre, dado que alguns atores/cantores estavam em ambas as apresentações. A Víúva Alegre foi uma opereta, um tipo de ópera, de teor  mais cômico,  cantada em português, intercalada também por diálogos não cantados, executada em três atos. Cabe destacar que, embora extensa (três horas de duração com os intervalos), a execução foi de uma dinamicidade ímpar, que deixou o público  muito a vontade e deu aquela sensação de “nem vi o tempo passar”. Os figurinos e os cenários foram excepcionais: criativos e agregadores de sentido e presença, tornaram o espetáculo ainda mais singular. Outro destaque foi a atualização do texto, de Franz Lehár (encenado pela primeira vez em 1905), para a realidade brasileira (no viés político) e gaúcha (com o uso de expressões características).

Tanto O Quatrilho quanto A Viúva Alegre nos lembraram da arte total (preconizada por Wagner), pois ambas congregaram de maneira muito singular música (a primeira executada pela Camerata OntoArte; a segunda, pela OSPA), canto, artes cênicas (teatro e dança – esta última em A Viúva Alegre,  com um corpo de baile muito bom) e artes visuais (na com posição do todo).

Não em menor grau, mas diferente foi a abordagem da Orquestra Ouro Preto que, embora não tenha a intenção de ser teatral, teve certos momentos cênicos (com alguns músicos quase a dançar tocando). A Ouro Preto trouxe ao público clássicos dos Beatles em excelente execução.

Guilherme Reolon de Oliveira – MTb 15.241
Vera   Marta Reolon – MTb 16.069  

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Balanço Geral Caxias em Cena 2018


Aconteceu o Caxias em Cena de 09 a 25 de agosto. São 20 anos de um festival que, singularmente, traz para a cidade uma diversidade de linguagens cênicas – talvez esse seja seu maior trunfo. No Caxias em Cena não há variedade de espetáculos num mesmo dia – o que acontece com o Porto Alegre em Cena – mas isso é bom: não se perde programação e pode-se ver tudo. Cabe destacar que, embora essa edição tenha se empenhado em trazer companhias mais próximas – a maioria da Capital do estado – isso não o desmereceu nem um pouco. E, uma pena, a população não aproveitou uma oportunidade única de conferir essa arte que proporciona, de forma muito particular, o contato com o diverso, o diferente e a alteridade – e mesmo consigo, como um espelho. Pouca plateia em muitos espetáculos – uma lástima!

Abaixo vai nosso balanço geral dos espetáculos, por nós conferidos:

- Freddie Rock Star:
Uma mistura de performance, dublagem, apresentação imagética, adoração a ídolo e imitação, simulacro. Fica a pergunta: que dizer? E um pensamento: quando queremos tudo, acabamos ficando com nada.

- Pequeno trabalho para velhos palhaços
Embora aqui sem “Laurita”, que é ótimo, a Cia Stravaganza sempre tem algo a ensinar-nos sobre representação. Desde a apresentação cuidadosa: cenários, figurino, iluminação (aqui primorosa mesmo!), roteiro, sobra pouco, digamos assim: os atores têm é que representar, e que sejam bons! “Pequeno trabalho” é uma aula sobre o que é ser ator, e humano – em suas falhas e em seus acertos... um soco no estômago em momento catártico final, ainda mais em uma época como a que vivemos de falta de empregos!

- Orquestra de Brinquedos:
Embora infantil, entusiasma a todos, inclusive adultos. Uma perda para aqueles que não compareceram e não ouviram clássicos, como o dos Beatles, em instrumentos pouco ortodoxos.

- Ícaro:
O que a Stravaganza prima pelos cuidados no manejo da arte cênica, aqui se observa apenas tentativa de lançar mão de sentimentos de compaixão pela falta de um maior profissionalismo.

- Inimigo na casa de bonecas:
Leitura primorosa de Ibsen. Voltamos ao teatro em sua originalidade e autenticidade. Diverte, alegra, educa, questiona, coloca em xeque, surpreende. E atualizando o texto para a realidade brasileira: uma necessidade! Excelente uso de todas as facetas da arte cênica: elementos cênicos, iluminação, cenário, figurino, sonoplastia, projeções que complementam o discurso oral e uma atuação sem exageros e na dose exata!

- Casal Palavrakis:
Questão gira em torno de leituras à la Artaud, de textos internacionais. O tema é importante de ser discutido e estudado. Usar o teatro para falar de mazelas sociais e não trancarmos as discussões entre quatro paredes é necessário. Porém quando se usa de escatologia, acabamos ficando com nojo e não discutindo. Cuidado!

- Chapeuzinho Vermelho:
Recriação do clássico infantil, sem atualização, porém sem exageros. Construído de forma a prender a atenção com o uso de contorcionismos e performances circenses, mais que teatrais no sentido clássico.

Vera Marta Reolon – MTb 16.069
Guilherme Reolon de Oliveira – MTb 15.241

sábado, 18 de agosto de 2018

Crítica Social e DO "Social"..........se é que ainda há um!!!!!!

Então.........

Quando escrevi sobre o Lítio e o Silício..........sabia do que falava..........enfim......estudei química, a nível superior.............e,  como sei, não sou nada "burrinha"""......

aí, teve até os bobocas que foram colocar capinhas no tais................para que a "radiação".....não os atingisse..............

cruuuuuuuzes!!!!!!!

capinhas barram radiação??????............

capinhas são para proteger o sujeito....ou para não estragar o aparelho do idiota????


indústrias de telefonia a parte............que estamos processando ......e querem nos atacar...........bem.........aí......criam um "exército" de podres "seguidores"..........


mas..........que o lítio e o silício fazem estragos....lá isso fazem..........

uma quase se queimou toda...........carregando a bateria do celular e largando-a.........não é queimou tudo????............e quase queimou a casa da tal...........dizem os jornais...........

além  dos que perdem emprego........porque, em tempos de crise de emprego (que também denunciei na universidade, inclusive, e ninguém fez nada...........porque inventaram que não havia desemprego.........e tais.........).......em tempos de crise de emprego..........ficam "pendurados" nos aparelhos............e não trabalham.........pasme-se!!!!!!!!!...........(o que também já tínhamos denunciado..........conversando entre nós..........e os bisbilhoteiros assassinos.........torturadores...........a ...sabe-se lá!!!!!!!!! )...


mas.............o pior de tudo.........roubos de placas nos espaços e bens públicos.........

já tinham roubado placas em cemitérios...........

mas a placa da Gigia Bandeira...........para mim............um possível e passível símbolo  da cidade.................lá isso é o caos..................


e a LEI hem????????????...............


até de "lei"..........alguns entendem............. mas........enfim......

a JUSTIÇA............cadê?????????................


VERA MARTA REOLON
MTb 16.069

sábado, 11 de agosto de 2018

Áreas Ambientais..................PONTAL _ POA !!!!!!!

Pois é................

Lá pelo ano de 2006....um colega Promotor Público do Ministério Público Estadual de Porto Alegre, responsável pela área de meio ambiente...........vinha a nós no PPG  com um problema.............

O Pontal.............na beira do Guaíba.......estava a ser "privatizado".....para construção de arranha-céus............

todo mundo reclamou e ..............saiu um  plebiscito público...........que nos deu a certeza de que aquilo não seria privatizado............menos ainda dado a iniciativa privada para construções...... digamos assim..................que só beneficiem alguns...........


então............hoje............mais de dez anos depois................nada mais foi feito lá...........mas ....as discussões também cessaram...........

"revitalizaram" a área do Gasômetro...............derrubaram árvores centenárias..........."tascaram" cimento em tudo...............nada de sombra nos verões do "forno alegre".............

e, agora.............não é que anunciam construções e "construtoras" no Pontal???????..........

no mínimo............se o plebiscito está "vencido"................deveriam refazê-lo............não é mesmo??????



E AGORA...............O MAIS ABSURDO DE TODOS.................

NÃO É QUE (PARECE!!!......notícia meio....fofoca.........ou não!!!)..............PARECE QUE PRETENDEM DEMOLIR UMA FLORESTA NATIVA..............EM IPANEMA............AO LADO DO CPG ( CLUBE DO    P R O F E S S O R!!!!!!!!......


PARA CONSTRUIR PRÉDIOS...............DE 10..........D E Z...........ANDARES???????????


MAS..............QUEM É O PREFEITO DESTA CIDADE ( POA)..........QUE PROMETEU GESTÃO INOVADORA (PARECE QUE ESTE É O MOTE......EM CAMPANHAS ATUALMENTE!!!!).................................QUE NÃO FAZ NADA???????

E EM CAMPANHAS AINDA  ENCHEM A BOCA PARA FALAR DE.......

E D U C A Ç Ã O???????........

MAS, DE QUE  EDUCAÇÃO FALAM MESMO??????... claro que depois de eleitos..........a coitada da educação volta para os moldes da sua própria educação....................tão rasa!!!!!!!!

OU SERÁ QUE É O TAL...............QUE FAZ ISSO AÍ??:??????.......

DAÍ NÃO DÁ............NÃO É MESMO????????????????


VERA MARTA REOLON
MTb 16.069

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Bienal de Fotografia!!!!!!!!!!!!!!!

E a Bienal da Fotografia????????????......

Caxias sedia a Bienal da Fotografia Nacional em Preto e Branco.............lindas fotos...........

eu, particularmente, gostei mais de duas......das 150 apresentadas.............que nem  menção honrosa...........receberam................mas, para mim.............são bárbaras........... com tudo o que o termo quer dizer..........e diz.............


mas..............como a festa e apresentação era nacional.............foi digna do termo............


fizeram até uma grande apresentação com "gaudérios" e danças e canções...........que há muito não se via por estas plagas................M A R A V I L H O S O!!!!!!!......

excelente o video institucional apresentado..............digno do momento imagético...........

e o "buffet".........cruzes!!!!!!..............maravilha............


só uma coisa.............


quando um secretário de governo fala................ele não fala apenas por si...........ele fala por seu séquito de colaboradores..............e mais...............ele fala em nome daquele que o nomeou................ou assim deveria ser...........

de mesma forma um representante...........(esta é a palavra!)..........do legislativo, das instituições.......etc..............

claro...........num mundo em que vige o egoismo...........na verdade, egocentrismo...........que, psicanaliticamente, é um termo vinculado a doença............e não apenas a personalidade..............se tem o que se tem.............não é mesmo???????


Vera Marta Reolon
MTb 16.069

Sobre EDUCAÇÃO.....será??????

Obviamente não sou contra as tecnologias.

Certamente devo ser responsável por um séquito de seguidores em uso de tecnologias na Terra.......e não sou de fugir de minhas responsabilidades......

e quando digo de minhas responsabilidades.......não sou responsável pelo horror que fizeram....e jamais o serei........

bem que faço tudo para dissuadir podres do horror que praticam..........mas, sabe-se que podres....são podres....

as tecnologias são o que devem ser...... FERRAMENTAS........e não fim para qualquer coisa...........

vide.....Imperativo de Kant............que, também mal entendido.............. .e lido.....por ignorantes.............foi e é utilizado à revelia.................o que o homem dizia..........era não usar o outro como meio para nada............apenas como fim em si mesmo.............e olha o que fizeram............fizeram uma "ética" sem ética...........para a maioria.....que o cara jamais disse......

depois que se entra nas tecnologias (e elas começaram, não com a internet....é óbvio.......como desavisados pensam crer..............mas lá pelos anos 50, do século 20, com a descoberta do Lítio...............e seu uso indiscriminado e irresponsável................por podres de toda desordem!)
....
bem.....quando digo disso...........digo do caos que no Brasil se tem feito com as tecnologias....especialmente na área da educação............

enquanto em países como a França...........que está a proibir o uso de celulares, mesmo desligados, em sala de aula............

ou os Estados Unidos......especialmente os grandes (?) da Zona do Silício.............que querem que seus filhos estudem em escolas tradicionais.............leia-se.....sem o uso de tecnologias...........mas com professores capazes.............


no Brasil.....só ouvimos falar em escolas, universidades e, pasme-se, agora, PPG's (Programas de Pós- Graduação) em EAD (Educação a Distância).....

é óbvio que aqui não se fala em educação......o termo mesmo............aqui se fala em ganhos econômicos................porque cobram.........e muito...........ou pouco (para obter números de alunos)............e se pratica a chamada educação............muiiiiiiiiiiiiito pouco..............

e os órgãos que deveriam fiscalizar.................se isentam e deixam "andar".....sem sequer observá-los na implantação..................


e olhe que já trabalhei com recursos de EAD.............e posso dizer de "cadeira"...............que, se usarmos o EAD como se deve..................o curso fica é bem mais CARO!!!!!!!!!!!!.......


os professores.............devem ser professores mais do que especiais..............e não apenas tutores a tutorearem.......... (para usar um termo que gostam bastante - para não pagar o salário tabelado de professores) os aluninhos (assim mesmo..................irônico como deve ser!)....



Vera Marta Reolon
MTb 16.069

domingo, 5 de agosto de 2018

O IBS, o AMARP, o Guarany, a MAESA...


Guilherme Reolon de Oliveira
Curador e crítico de arte

Caxias está sediando a 30ª Bienal Brasileira da Arte Fotográfica em Preto e Branco. Cabe frisar: Bienal Brasileira! Isso não é pouco! Uma das autoridades presentes na abertura do evento lembrou que a cidade já foi, em 2008, Capital Brasileira da Cultura. Mas esquecemos disso: espetáculos e exposições ainda ficam vazios, enquanto a população reclama que “aqui nada acontece”. Acontece, só que quase ninguém se interessa em dar uma “passada”, por exemplo, no Ordovás e na Galeria Gerd Borheim, onde todo mês há exposições novas, ou no Teatro Pedro Parenti – e só olhar a programação, quase todos os dias há o que fazer!

Enquanto isso, talvez um dos nossos maiores patrimônios artísticos, o Instituto Bruno Segalla, está “às moscas”. Digo nosso, pois a Prefeitura firmou convênio, recentemente “desfeito”, com a instituição, e por esta ser uma OSCIP, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Ainda assim, a abandonamos. A Prefeitura solicitou o retorno de seus servidores cedidos ao IBS. Está no seu direito, já que ela é que paga seus salários e está com necessidades de Recursos Humanos a serem sanadas. Mas e o IBS? O Instituto, que detém, em comodato, todo o acervo de esculturas, numismático, de desenhos e bibliográfico de Bruno Segalla, artista criador de nossos maiores monumentos – dentre eles, o Instinto Primeiro e o Jesus Terceiro Milênio – e cujo olhar estético ia muito além de uma representação realista de grandes figuras de nossa sociedade. Fui ao IBS outro dia: chegando lá, não havia ninguém que nos recebesse. O Campus 8 da UCS fez bem em acolher o IBS, é a “Cidade das Artes”. Mas designou um corredor como espaço expositivo, o que é um absurdo e um descaso.

Nosso AMARP – o Acervo Municipal de Artes Plásticas – também merece mais atenção do Executivo e de seus subordinados (enfim, uma só pessoa não pode estar em todos os lugares), ele merece muito mais: lembremos do que foi feito com o acervo das Pinacotecas Aldo Locatelli e Rubem Berta, em Porto Alegre. Um acervo plenamente catalogado, ou seja, disponível além de sua exposição física, contemplada em casas tombadas pelo Patrimônio Histórico.

Já que Caxias não se preocupou com a preservação da Chácara dos Eberle – não digo apenas da casa, sufocada que está  em meio a prédios de extensa estatura, mas de todo o seu complexo, um oásis ecológico, hoje só presente nas últimas cenas do filme O Quatrilho –, atentemos para a sede social do clube Guarany, assumido pelo Recreio da Juventude, e para o complexo da MAESA. O empresariado da cidade, com seu polo industrial, alardeado como o maior,  senão um dos maiores do país,  tem a obrigação de olhar para esses espaços, não só por meio de incentivos fiscais (utilizados só em fundações e institutos particulares?), como lugares que abriguem o IBS e o AMARP, com galerias de artes visuais, teatros e salas de dança e música, como está sendo feito o Multipalco do Theatro São Pedro, também em Porto Alegre.

Os espaços que temos estão sendo bem utilizados. Mas Caxias tem muito potencial a ser visibilizado. Ainda mais se quisermos tornar a cidade mais atrativa, não só para nós, mas para o turista.

Voltando ao início: cabe visitar a Bienal, lá estão 150 belas fotografias, escolhidas dentre 1.700, recebidas de todo o país. É isso aí!.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

"RASTROS"

Em matéria de arte....é difícil algo surpreender com fruição verdadeira sobre as obras....

e não é que hoje tive isso....

A mostra "Rastros", em exposição desde hoje, no Centro de Cultura Ordovás..........realmente é o que a arte deve ser.....bela!

O artista F.B. nos apresenta painéis de madeira talhada....colhida aqui e ali....às margens do rio Taquari....

os cortes privilegiando os nós da madeira e montados de forma que causem um impacto, quer por junção de materiais (ferro, madeira e pedra) colhidos no rio, junto aos achados na borda (uma simulação de "areia"....extremamente interessante....

nos dá vontade de questionar o artista e observar mais e mais...

os painéis não têm a pretensão de provocar questões ambientais, mas o fazem com  maestria e perfeição, já que , em algumas montagens o artista suspende um "coração" de madeira com fios que remetem a um coração que pode cair sobre as madeiras....ou não!

cuidado que os cortes também são dispostos nas diferentes espécies de madeira e árvores tidas na natureza........

e ainda...........muito interessante.............o artista traz reminiscências de suas vivências em família, com o avô, com quem aprendeu a trabalhar a madeira...

Vale a pena ver e ter obras deste nível!

VERA MARTA REOLON
MTb 16.069

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Violonista e OSUCS

Tocar violão é para poucos......só o sabe quem um dia tocou algum instrumento com dedicação.....e teve aulas de violão como se deve mesmo!!!!!


E assistir ao músico Lùcio Yanel tocando com a Orquestra Sinfônica da UCS foi um presente.....para apreciadores do que realmente é ARTE!!!!


Vera Marta Reolon
MTb 16.069

CRÍTICA/DANÇA: Cia Municipal de Dança de Caxias do Sul abre temporada de comemoração de seus 20 anos


Estreado em 28 de abril, o espetáculo Contos de Falta marca o início da temporada 2018 da Cia Municipal de Dança de Caxias do  Sul, ano de comemoração de seu 20º aniversário. A produção, com trilha sonora de Thiago Ramil (quase a totalidade das músicas de seu disco “Leve embora”), apresentou qualidade de excelência, principalmente se comparada a outros espetáculos de dança contemporânea. Claramente com referência metodológica em Pina Bausch – os bailarinos são também os coreógrafos –, Contos de Falta materializou a música em movimentos singulares: cada canção com uma “pegada” diferenciada, algumas vezes parecendo um quase improviso, uma dança na pista, outras com uma precisão à semelhança dos movimentos em sincronia grupal do Grupo Corpo, referência nacional.

O espetáculo não se restringiu à dança contemporânea: teve marcações que lembraram o ballet moderno e mesmo o clássico. Cabe destacar a permanência de todos os bailarinos em cena, em todo o espetáculo: alguns em destaque em certos momentos. Outro destaque foi a qualidade do figurino, suas cores e tecidos, confeccionados de tal forma a valorizar o movimento e a construção das ligações entre eles. Um cuidado maior, contudo, poderia ter acontecido na iluminação, focando certos pontos do palco que merecessem realce. Pequeno deslize também aconteceu em momento que seria ponto alto do espetáculo, quando Thiago subiu ao palco para cantar ao vivo a última canção: o microfone ficou desligado, embora o violão estivesse com volume mais alto, abafando sua voz.

Alguns bailarinos apresentaram qualidade superior, principalmente em momentos cuja proposta era de descontração: estes materializavam as músicas de maneira mais completa, em diferentes timbres, instrumentos, movimentos. Destaque também para a abertura da espetáculo, apresentação interpretada pela diretora artística da Cia, e partner que já foi bailarino do já citado Grupo Corpo, em performance que lembra encontros e desencontros, união e solidão, enlaces e afastamentos.

Guilherme Reolon de Oliveira
Mtb 15.241

sábado, 31 de março de 2018

"Aulas" inaugurais.........bah!!!!!!!!!!!!

Na quarta-feira, dia 28.03.2018......Aula Inaugural no Campus 8 da UCS ,  com a "performer"  Berna Reale .............


Afora a questão que a Arte Contemporânea praticamente só tem vivido de Performance...........prática que não consegue se inserir em arte alguma............mas se imiscui em todas as artes..........mesmo sem sê-lo....................

e aí............a "artista" não é fotógrafa...................mas "performer" (deveria-se saber  que se, pela forma, deve-se ter ao menos um "lugar" onde   co locar o trabalho de cada um.........)

Logo, alguém a fotografa em suas "apresentações" - instalações......nua, com roupas, com  ironias,  com animais..........


e, neste campo, vem minha mais atroz crítica............inclusive para que procure melhorar seus trabalhos...........

pinta um cavalo, para montá-lo em sua "performance"...............  (pergunta que não quer calar: O cavalo autorizou????? - também era preciso que soubesse a linguagem do animal!!!!!) ....


depois diz que comprou pequenos filhotes de porco.............ainda na barriga de sua mãe.........para utilizá-los no trabalho..............volto a mesma questão................


e  é neste momento que não aguento mais a falação de seu trabalho.............e me vou.............!!!!!!


VERA MARTA REOLON
MTb 16.069

OSPA e Casa Ramil!!!!!

Dois grandes eventos na semana que passou:

A Inauguração da Nova Casa da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (na verdade OS do Estado do RS).......

Um espaço sub-ocupado dentro do Centro Administrativo, absurdamente grande e disponível......bastava apenas um pouco de boa vontade..........


que se deu.............

Belo espetáculo.....(a casa ainda não está totalmente pronta, mas...), com obras de Arthur Barbosa , Gerschwin  e Dvorák.......

Casa lotada e tal............


Na sequência do domingo.....mas com espetáculos desde o sábado..........(Vitor se apresentou no Música de Rua, em Caxias do Sul, apresentando diversas canções e animando a platéia, mesmo com chuva torrencial)..............Casa Ramil, no Theatro São Pedro............

Reunião dos músicos da família.............novos e antigos........ ou digamos, já mais consagrados...........apresentando músicas de seus repertórios, mas entoadas pelo conjunto da família.................

Ficou muito  bonito e foram ovacionados com casa cheia..........mesmo abrindo sessão extra de apresentação.....

Esperemos mais fins-de-semana como esse aí!!!!!!!!!!!!

VERA MARTA REOLON
MTb 16.069
 

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

"Politicamente Correto"

Há um tempo já...pensava eu em  escrever sobre o tal do POLITICAMENTE CORRETO........

Em meu doutorado, já houve até quem me acusasse de "aliciar" coordenador de PPG sobre este tema.............

vejam só............logo eu que jamais tive tal interesse..............e jamais pensei em aliciar quem quer que fosse a ideias que eu desenvolva, sem que isso faça parte de seu ser.............jamais uma imposição..........sobre ideias............e/ou roubalheiras...........


mas, houve quem seguisse a tal idiota..............sem qualquer micro noção de pesquisadora............e/ou de ética................


mas............vamos lá.............


hoje,.................quando JUIZES...............que deveriam ser absolutamente ÉTICOS e CORRETOS................


a correção da JUSTIÇA..............diga-se..................


mas..............em frente a câmeras de TV  e outros...............aparentam ser ...........bons.........dignos.............corretos.................seguidores...............do que um dia convencionamos como JUSTIÇA.........


nem sempre........... nem mesmo a JUSTIÇA de RAWLS.................


bem............ todos sabem das notícias..............também não tão honestas assim...........


sabemos que mesmo jornalistas.....nacionais e internacionais...................são o que convencionou como "falcatruas".......................

leia-se o que jornalistas se calavam..... .comprados............com os assédios nos EUA......imperialistas ou não..............


bem............

alunos da Griffith University, realizam anualmente concurso para   cunhar e definir termos comumente usados........

escolheram POLITICAMENTE CORRETO.........

que.....assim ficou definido.........ganhando o tal concurso (besta, diga-se de passagem!):

"é uma doutrina, sustentada por uma minoria iludida e sem lógica, que foi rapidamente  promovida  pelos meios  de comunicação e que sustenta a ideia de que é inteiramente possível pegar um pedaço de merda pelo lado limpo"..............


não é tudo o que EU diria sobre isso...........nem tampouco o que realmente penso sobre o tal ponto..................mas que faz pensar minimamente...........lá isso faz!!!!!!!


podre  quando quer   subverter  seu   mau-caratismo, o nomeia de "politicamente correto"!...

mas tem podre que tenta "brincar" a respeito de sua podridão (disfarce para a perversão!)...

e há até os que perversamente fingem que não o são....... podres!...... 



VERA MARTA REOLON
MTb 16.069

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Simplesmente...............as melhores coisas do mundo !!!!!!

Indo na contramão dos pedantes, cada vez mais dou-me conta  de que a melhor forma  demonstrar a sabedoria que se possui (se a temos!) é de forma muito simples.

Se realmente sabemos algo....podemos dizê-lo (escrevê-lo) de forma simples....como um discurso comum.

Assim....

Ultimamente, de forma atroz, observamos  pessoas com dinheiro  (e sem vontade de trabalhar,.....quiçá sem talentos para desenvolver) e que procuram por esse ou aquele para seguir com um negócio qualquer..............

pois bem .........


só que os débeis que assumem tais negócios também só querem lucros ( como os tais "investidores ") e ninguém tem o talento necessário para seguir o "negócio", sequer vontade de trabalhar nele....

quem perde com isso?????

TODOS!!!!!!

o cliente não tem sequer o serviço prestado de forma minimamente adequada.....

 o investidor..........bem, esse quer seu dinheirinho e o lucro fica reduzido....amas, sei lá se ele se importa tanto..........

o administrador????...........esse vai perder clientes e negócios.........se os investidores não forem tão débeis assim!!!!!!!!!!!!


mas.............isso tudo aí..........jamais foi e jamais será capitalismo............

isso aí é "canalhismo" (termo cunhado e usado por mim!!! - cuidado com o uso do que é dos outros , sem qualquer autorização e reconhecimento - pode dar muiiiiiiito problema!!!!)...


esse (o capitalismo - o outro não tem talento nenhum - é só coisa de ladrão - sem HONRA!) ainda precisa de talentos e desenvolvimento destes talentos pelo detentor dos mesmos!!!!!!!!!!!!


VERA MARTA REOLON
MTb 16.069


E.T.:  e os escritos?????


bem.............quem tem tais talentos........sabe colocá-los em prática............e N  I N G U É M  jamais conseguirá imitá-los................sequer roubar talentos............ÓBVIO!!!!!!!!!!!! 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

CRÍTICA/TEATRO: Quando a violência é o próprio cotidiano

A Cia Stravaganza, que sempre apresenta espetáculos muito bons, bem encenados e com excelente interpretação, subiu novamente aos palcos, desta vez com “Pequenas violências silenciosas e cotidianas”, apresentada no último dia 07, na Sala Álvaro Moreyra, em Porto Alegre.

A interpretação dos atores manteve o nível das demais encenações, coesa enquanto grupo. O decréscimo, se houve, foi nos demais quesitos cênicos: figurino, iluminação, cenário, até mesmo roteiro. Sabe-se, a proposta era diferente, mais alinhada às propostas pós-modernas, que esbanjam nos festivais de artes cênicas – e aqui pós-moderno é sinônimo de ausência (ausência de figurino, ausência de iluminação, ausência de cenário) e deficiência de roteiro. Claro, todos afirmarão que o teatro contemporâneo é “desconstruído”, é “minimalista” ou é a quebra da narrativa e da linearidade, etc etc. É uma pena que Stravaganza tenha se embrenhado nesse terreno.

Mas, no final das contas, o espetáculo não se reduz a isso – e o roteiro de “Pequenas violências...” supera os demais que se vê por aí. A Cia optou pela apresentação no escuro (nossa época é de trevas?) e pelo uso de lanternas para iluminar seus rostos ou corpos (nosso olhar? Pelo buraco da fechadura? Será que todos somos voyeurs? Será que todos “queremos” ser “Brothers”?).

A violência encenada é generalizada. E isso é bem verdade. Nosso tempo é violento. E a violência aqui, que parece pequena (pequenos atos?), se mascara com a pequenez, já que é grande demais (atingindo e ferindo mais que violências físicas e materiais). Tudo é violento: o desemprego, o trânsito, as relações amorosas (?!?), as relações entre os conhecidos. O discurso é violento. E isso se agiganta nos seus desdobramentos: a fila dos desempregados, a entrevista para o novo emprego, os formulários, a burocracia, a indiferença. E nos juízos: pensar que todos são inúteis (“90% da população”), detestar o cão do vizinho (porque é amado mais um ser humano), amar mais o cão (já que ele é o único que fica feliz com sua presença), embriagar-se, oferecer-se como objeto, planejar atentado (para assim ser visto!), ignorar o outro, ofender, julgar a aparência, fazer conjecturas sem qualquer fundamento. E, o pior, a violência do olhar (demonstrada no olhar para a plateia – que também é violentada!). Realmente, a violência é silenciosa e cotidiana!

OBS: A “violência” das filas e atrasos no Centro Municipal de Cultura permanece. Até quando?

Guilherme Reolon de Oliveira
Mtb 15.241


CRÍTICA/ARTES VISUAIS: Transformação: palavra-chave em duas exposições abertas no MARGS

Duas exposições recém-abertas no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (com visitação até o dia 11 de março) discorrem e trazem à tona o tempo e a mudança sob enfoques controversos. O embate Heráclito x Parmênides parece aqui retornar com outras facetas: o ser é estático, sempre mesmo, ou é devir, sempre mudança? Lembrando que Platão demonstrara que trata-se de um meio-termo. Vejamos as exposições.

Em “Mudanças: este é o nosso lugar”, exposição de fotografias, o enfoque (ou o objeto) é o tapume, que serve para delimitar uma reforma ou uma construção. Essa forma urbana que provoca uma descontinuidade no olhar sobre a paisagem, que esconde e que não permite ver, e que atiça a curiosidade (“que estão fazendo?”)  talvez denuncie, para o artista, que o ser é mudança.

Já em “Destempo”, exposição de fotografias e duas vídeo-performances, o enfoque acontece pelo que está e pelo que não está (ou pelo que se vê  e pelo que não se vê), ausência e presença, vazios, o que restou, a lembrança – ou o que gostaria que ali estivesse (uma vez tendo estado ou nunca) e não está. A relação com os objetos são substitutos da relação com as pessoas: são referências destas ou por si? Para a artista, talvez, o ser é estático.

Os “talvez” empregados aqui merecem atenção. Nem em “Mudanças”, nem em “Destempo”, as coisas são tão pós-modernas, se assim podemos dizer. A lógica empregada em ambos é a lógica que compreendemos desde Platão: somos um pouco o mesmo, sempre, e um pouco mudança, porque temporalizados – não só presente, mas frutos de uma conjugação histórica, o que foi, o que está sendo e o que ainda pode ser, logo ninguém é sem ter sido e sem ter uma perspectiva (de amanhã).

Guilherme Reolon de Oliveira
Mtb 15.241




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

VALORIZAR O QUE É NOSSO!!


Guilherme Reolon de Oliveira
Jornalista, filósofo e sociólogo, mestre em Psicologia Social, doutorando em História, Teoria e Crítica de Arte

Entende-se, é uma questão cultural da cidade, ainda presa à noção de que o novo é necessário e o antigo é sinônimo de ultrapassado: o novo é progresso e o antigo remete ao passado de miséria e dor. Em outras palavras, derrubar (o velho) e construir (o novo) é reviver nosso mito fundador: deixar o Velho Mundo (a Itália, a pátria-mãe) rumo ao Paese di Cuccagna, território de abundância e aberto a tudo que é novo, logo ao progresso, já que inóspito. Derrubar (árvores) para construir (casas, comércio, prosperidade) transformado em derrubar (construções velhas) para construir (construções novas), aquela necessidade de provar (a si mesmo) que é capaz de autossuperar-se, mostra-se, ao contrário, insustentável e volta-se contra nós mesmos: sem passado e sem história nada somos e, com isso, destruímos a nós mesmos. Sem falar na questão contemporânea da preservação da natureza.
Estranho que um projeto concebido na UCS, o ECIRS, cuja execução e cujo desenvolvimento foi importante para a valorização de nossa história, tenha conseguido um feito memorável em outra cidade (a preservação do centro de Antônio Prado) e, em Caxias do Sul, sua sede, pareça fraco diante de outras forças (apenas econômicas?). Nossa cidade tende a não valorizar o que é seu – pois tudo que é “de fora é melhor”! Outro dia, lendo sobre uma conversa entre Pablo Picasso e Henri Matisse, dois dos maiores artistas da vanguarda do século XX, na qual aquele associava a situação da arte à época ao transcurso da Segunda Guerra Mundial, e pensando em questões como as que mencionei antes, não pude deixar de constatar: também nosso descaso com o que construímos – e deve ser preservado, para ser rememorado – é fonte de nossa s mazelas (e não apenas a “crise”, como se propaga!). O que fazemos com aquele conjunto habitacional tão harmônico com a natureza que era a Chácara dos Eberle e seu entorno, próximo à Prefeitura? O que pensam fazer com a antiga sede campestre do E.C.Juventude, um pulmão para a cidade? E o que dizer da histórica vinícola que será transformada em condomínio? Cabe ressaltar que pesquisa do Departamento de Sociologia da UFRGS apontou que já há imóveis suficientes construídos para todos habitarem, inclusive aqueles que estão nas ruas: para que, então, construir mais? Associado a isso: como nos relacionamos com o Acervo Municipal de Artes Plásticas? Qual o estado de nosso Museu Municipal e o que (apenas) ele preserva?

Importante ação a da UCS em acolher o Instituto Bruno Segalla em seu Campus 8, mas dada a sua condição no ambiente (espaço destinado) isso quase se esvazia. O IBS, por ser talvez nosso maior patrimônio artístico, merece muito mais, assim como o mencionado AMARP, tão ignorado! A Chácara dos Eberle, com seu extinto oásis natural, por exemplo, seria um espaço que deveria ter sido assumido pela Administração Municipal como importante local de arte, para acolher e abrigar nossa arte, como aconteceu com o MARGS, o Santander Cultural e a Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre, como está sendo feito com o antigo prédio do Banespa em São Paulo. Os grupos empresariais devem investir em tais iniciativas, fazendo do IBS e do AMARP pontos de referência e visitação, à semelhança do que foi feito com a Fundação Iberê Camargo na Capital do estado. Somos pioneiros e tradicionais em moda e em dança (o curso de Design de Moda da UCS e a Cia Municipal de Dança estão aí para prová-lo) – isso também deve ser preservado, exposto e rememorado de alguma forma, com Memoriais ou algo do gênero.  Precisamos urgentemente disso!  Temos, ainda, espaços para isso. A antiga Sede Social do Clube Guarany, hoje incorporado pelo Recreio da Juventude, e a MAESA são exemplos disso! Como entoaram os Titãs: “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”. Caxias precisa respirar arte para ter vida. Não é só desejo, nem vontade, é necessidade!