Empresas europeias, depois de contratarem filósofos como diferencial de mercado, estão criando departamentos de felicidade. Portugal é referência neste quesito. Pesquisas apontam que a felicidade é fruto da genética, da influência do meio em que nascemos, crescemos e vivemos, e de escolhas deliberadas. Nesse sentido, quando nos conscientizamos que ser feliz é um processo de auto conhecimento (note-se aqui que conhecer-se implica não ser obrigado a falar de si e sim procurarmos ajuda quando A desejamos!), experiências negativas são entendidas como parte desse processo e não ficamos presos à "procura pela felicidade", que causa angústia e frustração.
Assim,. no trabalho, onde passamos pelo menos um terço de nossas vidas, a felicidade está relacionada à satisfação, à capacidade de lidar com dificuldades, ao reconhecimento e às relações entre os colaboradores. O projeto "Happiness Works", realizado em Portugal em 2011, buscou compreender quais as razões pelas quais um profissional é feliz na sua organização e função. Foram muitos os fatores: ambiente interno (20%), reconhecimento e confiança (18%), desenvolvimento pessoal (16%), remuneração (12%), envolvimento pessoal (11%), sustentabilidade e inovação, envolvimento com as chefias e organização, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, definição de objetivos (23%). Cabe frisar o fato que a remuneração só contribui com 12% para a felicidade corporativa. Ou seja, 88% das razões não estão relacionadas com o salário, mas a fatores emocionais, associados à cultura organizacional.
Associado ao conceito de felicidade corporativa, outro termo em expansão é o de Salário Emocional. Os autores divergem quanto ao seu significado, no entanto, alguns fatores são comuns nas pesquisas sobre o tema. Importante destacar que oferecer bônus extras salariais, plano de saúde e creche, ter plano de carreira definido e sistema de avaliação, bem como realizar encontros festivos, permitir trajes informais são exemplos do que não é considerado salário emocional. Por outro lado, ter a possibilidade de fazer as coisas a sua maneira, gerir seu tempo, sentir-se alinhado à cultura corporativa, ser apreciado e valorizado, poder aplicar ideias criativas, trabalhar em um ambiente que promove interações autênticas e divertidas, que permite desenvolver-se como ser humano e que permite o desenvolvimento de talentos e competências são alguns exemplos do que os autores consideram salário emocional.
Em outras palavras, o salário emocional reflete o que os sujeitos almejam: reconhecimento, socializações mais transparentes e verdadeiras, abertura para expor suas ideias, contribuir, atingir sua excelência, ser ouvido e visto com atenção. Nesse sentido as empresas necessitam de chefes que sejam mais lideres e menos fiscais.Em suma, o sujeito é feliz no trabalho quando vê sentido em sua ação, tem as condições para tornar-se si mesmo, ser efetivamente. Ser melhor: não que os outros, mas em relação a si mesmo, saber de si!!!.
GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241