"EM TEMPOS DE M E N T I R A UNIVERSAL,

DIZER A V E R D A D E É UM ATO REVOLUCIONÁRIO"

George Orwel
"Quando enterrada, a verdade cresce e se sufoca, ganha uma força tão explosiva que quando vem a tona vai explodindo tudo."

Emile Zola

"Numa obra de arte, o crítico busca o teor de verdade (wahrheitsgehalt), o comentador o teor de coisa (sachgehalt). O que determina a relação entre os dois é esta lei fundamental de toda escrita: à medida que o teor de verdade de uma obra adquire mais significação, sua ligação com o teor de coisa se torna menos aparente e mais interior.

[...] então, somente ele [o historiador, o filósofo] pode colocar a questão crítica fundamental: a aparência do teor de verdade se prende ao teor de coisa, ou a vida do teor de coisa se prende ao teor de verdade?

Pois, ao se dissociarem na obra, eles decidem sobre sua imortalidade. Neste sentido a história das obras prepara sua crítica e aumenta assim a distância histórica de seu poder.

Se compararmos a obra à fogueira, o comentador está diante dela como o químico, o crítico como o alquimista. Enquanto para aquele madeira e cinzas são os únicos objetos de sua análise, para este apenas a chama é um enigma, o enigma do vivo.

Assim o crítico se interroga sobre a verdade cuja chama viva continua a arder por cima das pesadas lenhas do passado e da cinza ligeira do vivido. " Walter Benjamim

"NÃO PERCA TEMPO TENTANDO SER

NINGUÉM EXCETO VOCÊ MESMO,

PORQUE AS COISAS QUE TE FAZEM

UM ESTRANHO SÃO AQUELAS

QUE TE DEIXAM PODEROSO"
PLATT

UMA OBRA SÓ SE TORNA OBRA DE ARTE A PARTIR DA CRÍTICA.


CUIDADO!
ARTE inclui:Dança, Música, Teatro, Literatura,Pintura, Escultura,....., e todo trabalho que dedicamos (pelos nossos TALENTOS) e o realizamos com AMOR (sem inveja, nem dor, nem....)!!!!!!
"UMA FOTO É UM SEGREDO SOBRE UM SEGREDO.

QUANTO MAIS ELA DIZ, MENOS VOCÊ SABE."
D.A.



"A VIDA É UM SONHO.

TORNE-O REAL".
M.T.


"INCAPAZ DE PERCEBER A TUA FORMA, TE ENCONTRO EM VOLTA DE MIM.
TUA PRESENÇA ENCHE MEUS OLHOS COM TEU AMOR, AQUECE MEU CORAÇÃO, POIS ESTÁS EM TODO LUGAR"
A que se presta este blog??????????...............a estabelecer notícias, comentar fatos do cotidiano no e do mundo........elaborar alguma crônica de autoria dos blogueiros responsáveis (que, é óbvio, são maiores, responsáveis, éticos, e nada crianças - embora possuir a leveza das crianças "educadas" não seja nada ruim!!!!!).......realizar críticas, como pensamos não existir nas mídias que temos e vemos..........com, cremos, sabedoria e precisão.........com intuito de buscar melhorias em nossas relações com os seres vivos........e com/para o mundo..........se possível!!!!!!................



Críticas por e pela ARTE ( ESTÉTICA COM ÉTICA - como deve ser!!!! - desde a PAIDÉIA - A BILDUNG - .......ATÉ O SEMPRE!!!!!!!)




EDITORIA RESPONSÁVEL:
GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA E
VERA MARTA REOLON

quinta-feira, 27 de junho de 2019

CRÍTICA/GASTRONOMIA: Cervejaria Leopoldina se destaca com 14 rótulos

           A Valduga, além de seu complexo enoturístico, que abarca diversas empresas (para separar cada membro da família a comandar "pedaços" da empresa?) investe também no ramo das cervejas. Há três anos, criou a Cervejaria Leopoldina, e já apresenta ótimos resultados, com diversas premiações, inclusive de rótulos que ainda não são comercializados. Aliás, são quatorze rótulos, cinco deles considerados especiais, até mesmo com engarrafamento diferenciado. 

           Interessante, nesse sentido, conhecer o processo de elaboração das cervejas na Leopoldina. Já comentamos por aqui do tour que fizemos na DOMNO e na .NERO, braços vitícolas da empresa, no qual fomos guiados pela enóloga Regina Bittencourt. Novamente, na Leopoldina, isso aconteceu. Ser recepcionado e conduzido por profissional com conhecimento  técnico é outra coisa, e um dos diferenciais também da cervejaria. Não se está ali apenas para degustar e conhecer o ambiente (além de fazermos nosso trabalho de crítica, inclusive do que nos apresentam), mas também para saber como tudo acontece.

       Nesse sentido, conhece-se os três tanques iniciais (no primeiro, em que o malte é fervido; o segundo, cujo objetivo é a decantação; o terceiro onde é acrescentado o lúpulo). Após esse processo, a bebida é transferida para os grandes tonéis (semelhantes aos utilizados na produção de vinhos), em que a fermentação acontece.





      

          Quanto aos rótulos há diversidade no que tange ao teor alcoólico, por exemplo. Isso se reflete no aspecto (cor) da cerveja, no retrogosto. Destaque para a cerveja com sabor de limão siciliano, superleve. Claro que há as especiais, com brandy, as que passam por barricas de carvalho já utilizadas na produção de vinhos  chardonnay, a mesclada com espumante (70% cerveja, 30% espumante). Há rótulos para todos os gostos e bolsos. É só escolher!


GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
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domingo, 23 de junho de 2019

CRÍTICA/DANÇA: Energia do Flamenco é contagiante

                  Caxias é diversa, não se resume à italianidade, é não há dúvidas. Temos certeza disso diante de espetáculos que chamam a atenção como o TABLAS PÁ TI, da La Cueva, apresentado no último 21, no Teatro Pedro Parenti. Não há como não se encantar com os movimentos sinuosos, a dialética da sinuosidade que caracteriza o entre-movimentos do Flamenco, ora leve e etéreo (com mãos dançantes, o leque, o lenço), ora duro, pesado, marcado (com sapateados, giros precisos) - tanto sensual, como desafiador, quase um tango. Há semelhanças até mesmo com a chula e as boleadeiras gaudérias.

                     Tablas Pá Ti, aliás, transformou o palco em roda de Flamenco, como se estivéssemos nas ruas da Catalunha, em que uns dançam, outros cantam e dão o ritmo com palmas e instrumentos: homens e mulheres se mostram e deixam mostrar, numa harmonia  contagiante como se nós, espectadores, fizéssemos parte de tudo aquilo.

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241

ESCRITOR LIGA O QUESTIONAR AO SENTIDO DA VIDA

           O escritor norte-americano Paul Auster respondeu a uma série de questões no último Fronteiras do Pensamento, dia 17 último. Diferentemente de outras edições, por motivos pessoais, o conferencista não esteve presente, mas falou por video-conferência. A organização assim, privilegiou  o formato pergunta-resposta.

             O escritor, ao ser questionado sobre o sentido da vida- tema das conferências de 2019- afirmou que este está ligado ao perguntar, ao fazer questões às experiências. Falou de suas próprias experiências, fonte para seus romances, e do ofício de escritor - trabalha oito horas por dia, considerando ótimo quando produz duas páginas razoáveis.

                 Falou bastante também do mundo digital, das redes sociais. Não tem celular, sequer e-mail. E fica impressionado com casais - ainda mais em Paris, por exemplo, a cidade do "amor" - que, ao invés de namorarem, apenas mexem seus celulares. A pergunta que fez, nesse sentido, é icônica: "o que fascina tanto neste retângulo? " (sic). Interessante observar que, a entrevista em video-conferência, Porto Alegre - Brooklin, caiu diversas vezes, o que fez com que muitos saíssem da conferência antecipadamente.


GUILHERME REOLON  DE OLIVEIRA
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quinta-feira, 20 de junho de 2019

CRÍTICA/GASTRONOMIA: Decoração é ponto alto da Quarta Edição do Cozinha Gourmet

                   Um salão com galhos de plátanos secos no teto, iluminados por cubos etéreos. Ninguém poderá dizer que a decoração não tinha de uma estética primorosa e, na verdade, surpreendente. Elogiada, chamou atenção na Quarta edição do Cozinha Gourmet, jantar harmonizado, promovido pelo Recreio da Juventude, em associação com a Confraria União Cooks, do Grêmio Náutico União. A proposta: apresentar cinco pratos  concebidos pelos "confreiros", harmonizados com vinhos e espumantes da Vinícola Salton (parceira no empreendimento). Mais uma vez cabe o destaque para a organização e para a decoração. 





            Claro que, no que tange à organização, pensamos que um serviço à francesa, neste tipo de evento, seria o ideal, tendo em vista que os pratos eram entregues prontos, decorados. Quanto à apresentação dos pratos, só cabem elogios. Mas por quê, então, obrigar as pessoas a levantar, formar filas (filas essas que atrapalhavam os que estavam à mesa - fila - mal dos brasileiros!). Talvez, o que desejavam era o contacto entre "confreiros", mostrando seus dotes culinários, e o público. Mas por quê não entregar os pratos nas mesas, numa ordem estabelecida, em que cada chef apresentasse, ao microfone, como o prato foi concebido?.


           Aliás, quanto à ordem dos pratos: não havia. Já falamos por aqui da harmonização Taça e Trufa, da Vinícola Garibaldi, um exemplo (vale ler!). Cada pessoa, no Cozinha Gourmet,  começava por uma cozinha (eu-por exemplo , comecei pela 5) e seguia pelas demais aleatoriamente (chegou-se a um ponto onde pratos haviam acabado, simplesmente!). O ideal, na nossa concepção: uma ordem estabelecida, iniciando por entrada (salada, por exemplo - por qual razão inimaginável um chef não pode ser detentor de uma ideia de bela salada?) , três pratos quentes(verdadeiramente quentes), finalizando  com sobremesa (que poderia ser harmonizada com espumante Moscatel). Assim, todos provariam de tudo, o que não aconteceu (a maioria provou três, no máximo quatro pratos). No entanto, eram cinco pratos (supostamente) quentes. Neste quesito (aliás, em outros também , comprovado pelas filas que se formavam na Cozinha 2) foi destaque o Filetto con Formaggio e Polenta com Salsa Rossa - servido quente (opa!), com sabor e preparo de excelência, bem harmonizado com o vinho proposto. Destaque também  para o Lombo Crocante de Bacalhau em Cama de Especiarias (da Cozinha 5 - nem todos puderam prová-lo - infelizmente!).  


Cozinha 1


Cozinha 2


Cozinha 3


Cozinha 4


Cozinha 5


          As Cozinhas, no entanto, se caracterizaram por pouca diversidade na Forma (que é o que se procura também num jantar harmonizado). Dizemos isso, pois todas eram configuradas por um item principal (no geral uma carne ou fruto do mar - camarões, filé, cordeiro, bacalhau, pato), associado com item mais pastoso (creme, molho, crosta de ervas). Cabia mais diversidade: massas, risotos, por exemplo, ainda que mais comuns. Uma lástima também foi que os itens mais pastosos, no geral, eram servidos frios, e não tão combinativos com os itens principais, uma reclamação geral, pelo que pudemos observar dos convidados.

          A diversidade de forma também foi pouca no que se refere aos vinhos escolhidos - todos da categoria intenso, muito parecidos, diversos apenas na variedade de uva. Todos secos (correto!), porém com aroma e sabor muito parecidos. Um único espumante se destacou.

             Até o café, que o RJ serve tão bem em outros eventos estava frio. Uma pena!

            A proposta era excelente. O resultado final, infelizmente, não!.

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241

VERA MARTA REOLON
MTb 16.069 


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domingo, 16 de junho de 2019

CRÍTICA/DANÇA: Segunda Edição consolida FIDPOA

             Não era sem tempo: Porto Alegre precisava de um festival competitivo de dança. E parece que o Festival Internacional de Dança de Porto Alegre veio para ficar. Em sua segunda edição, se consolida como um importante evento num estado cujo potencial em dança é grande, tendo em vista tradição e contemporaneidade de escolas, companhias municipais e particulares, cursos de graduação que se espalham por aqui.

           À medida que se consolida, o FIDPOA vai crescendo. Como a organização bem frisou no libreto de programação: "há novos sonhos a sonhar" (sic). Com um juri composto de artistas dos EUA, Rússia,  China, Alemanha, Itália, França, Paraguai e Uruguai, o FIDPOA contou com uma programação extensa de  experiência e competição.

        No que tange à mostra competitiva, o nível técnico é surpreendente, emociona. Há ballet clássico, jazz, dança contemporânea. Vem gente do Rio de Janeiro, de Florianópolis, de Belo Horizonte, de Buenos Aires,..., sem contar os daqui.

         Qualidade técnica aliada à assinatura e estilo próprios, obviamente, sempre contrastam com performances mais mecânicas, mas isso se reflete no aplauso tanto daqueles que só torcem pelos seus, quanto por aqueles que apreciam a dança.

             Que venha a terceira edição, ainda maior, ainda melhor!

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241

terça-feira, 11 de junho de 2019

CRÍTICA/FOTOGRAFIA E LIVRO: O olhar-outro de Arquipélago

          Quando associados os conceitos livro e arte, três são as combinações mais pensadas: livro de arte (ou seja, um livro sobre arte), livro de artista (neste, a obra do artista é o livro, ela ali está), livro-arte (pode parecer o mesmo que o anterior, mas, neste, forma e conteúdo são de uma indissociabilidade e tudo é obra do artista). A obra Arquipélago (Editora Pubblicato), de Cristiano Sant'Anna, em nossa avaliação é um livro-arte.

          É próprio da arte um olhar-outro, o que se vislumbra na obra em questão. Sant'Anna fotografa em preto e branco, o Guaíba, seus arredores, suas ilhas. Esqueça as tradicionais (e até estereotipadas) imagens do "rio" e o por-do-sol, o colorido, o alaranjado e o azul. Parece até que as imagens de Arquipélago estão a mostrar: "sou o que ainda não se viu" (sic), "sou o esquecido, o que é indiferente àqueles que enxergam sem ver"(sic). Aparecem pescadores, suas dores, seu trabalho; o cotidiano e a cena do que está escondido embaixo da tradicional ponte; os barqueiros, as zonas alagadiças. Mas tudo é de uma naturalidade sem poses, sem máscaras e sem artifícios.

        Parece até que não tem uma lente e uma máquina entre o fotógrafo e a cena: nos postamos lá a olhar junto ao fotógrafo. Um livro que, superficialmente, pode ser analisado como um documentário dos bastidores, do que acontece antes de comprarmos o peixe que chega às nossas  mesas. Poderia ser um livro sobre o diferente, o estranho, o marginal (o que está a margem). Assim, estaríamos em uma posição ensimesmada. Mas não, é um livro sobre o semelhante, porém o semelhante que muitos desejam esconder, disfarçar ou, simplesmente, ignorar. Arquipélago é Porto Alegre, sobre quem faz Porto Alegre para além do espetáculo e do suposto cosmopolitismo.

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241

Surpresas Boas!

       O Vale dos Vinhedos, especialmente Garibaldi e Bento Gonçalves, vale da uva e do vinho tem produzido boas experiências, que seja para fugir da crise financeira que assola o país e o mundo, que seja para nos ensinar um pouco do que a criatividade , aliada à necessidade de mudança e evolução, podem fazer com as pessoas.

      De uma região que seguia os caminhos de Caxias do Sul, industrializando-se na área metal-mecânica, passa a criar na área eno-gastronômica, turística por excelência. Mas se pensamos que as experiências se atem ao que Caxias pratica, nos enganamos redondamente. A região há muito se libertou do jugo caxiense e disparou em novos  vôos solo. O turismo aí disparou e trouxe novidades que nos surpreendem a cada passo que damos na região. Desde os restaurantes que já não servem somente a famosa mesa "italiana" : sopa de capeletti, polenta, galeto, massa, ., certamente mesa farta, mas sem muita diversificação. Ali servem-se pratos de nível internacional, que não deixam a dever a nenhuma cozinha francesa, japonesa, inglesa,..,o que for (e o que o sabor e o gosto pedir).

        Os hotéis(esses ainda precisarão de um tempo, para que falemos um pouco mais deles - e de visitações) já não apenas hospedam, mas oferecem tour de paisagens, ordenhas, visitações, o que o olhar, o gosto e a possibilidade de gastos permitir.

        Mas a última novidade (a mim ao menos) vem de algo absolutamente inusitado: os passeios às viní colas com assessoria de enólogos, experts, a nos indicar o caminho da fabricação, do trabalho, de todos aqueles que nos antecederam na vida e permitiram que chegássemos onde estamos, pois trabalharam muito para isso e de forma brutal desbravaram a terra árdua, basáltica, para obter dela o fruto de seu trabalho e o sustento da família.   

       Assim, visitamos, por ora, a Peterlongo e sua história de tradição, de um iniciante inovador e visionário que, com seguidores não tão visionários perderam um terreno cultivado. Hoje a empresa sob novos investidores vem recuperando o tempo perdido e avançando em novas inovações. A DOMNO, importadora de vinhos do exterior, mas fabricando para tornar-se um, ao nível internacional, e premiado entre os melhores.

     Mas a grande surpresa, e boa, para o meu olhar é a Cooperativa Vinícola Garibaldi, uma cooperativa que, quando todos visam a separação e vôos solo, desmembrando-se das cooperativas, ela se mantém e cresce a olhos vistos, mostrando na visitação o apego à tradição, sem deixar de olhar para o futuro e atenta ao presente, já que de 60 cooperados, passa a 400, e segue crescendo, produz e vende toda a sua produção, pensa em um ambiente bio-sustentável. Algo a se olhar com olhos carinhosos e caridosos de um elogio  amplo.

    Também me agrada sobremaneira observar os criativos que, sob ventos nada favoráveis, conseguem desvencilhar-se de uma crise que assola o magistério e dar a volta por cima,  com sabedoria e grande humildade, mas com máximo talento. 

       Grandes e maravilhosas surpresas para alguém que como eu preocupam-se com o desemprego que assola a Terra,  como um todo, e arrasa talentos promissores em ópticas desagregantes.


VERA MARTA REOLON
MTb 16.069   

CRÍTICA/GASTRONOMIA: Empadas com Estilo

            


          Diz-se que há estilo quando há assinatura, marca de uma singularidade, o que só acontece numa fase posterior a uma técnica aprimorada, um fazer com expertise. É o que se pode falar das empadas de Dona Silvia Maria Siqueira dos Santos: empadas com estilo.

             A crise financeira, especialmente no que concerne à situação dos professores estaduais, talvez tenha sido a responsável pela revelação de um talento. Certo é que este surgiu e fez sucesso. 

             Inicialmente de forma mais tímida, as empadas eram feitas apenas com dois recheios: frango e espinafre. Foram ganhando versões: massa integral, de grão de bico. Os temperos foram se aprimorando. Silvia aceita sugestões e as últimas novidades foram a massa de moranga e o recheio de atum com ervilha. 

             A expertise não pára e está sempre criando!.

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241



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CRÍTICA/GASTRONOMIA: Combinação Perfeita entre Vinho e Chocolate na Garibaldi


                   Setenta itens (sucos, vinhos e espumantes) de quinze marcas diferentes, vendidos para cinco mil clientes do Brasil e do exterior, esses são os números da Cooperativa Vinícola Garibaldi, uma cooperativa que surgiu em 1931, com sessenta cooperativados, e hoje conta com mais de quatrocentos desses, número que não para de crescer, já que aceitam novas associações (depois de um ano na cooperativa em "estudo" tornam-se sócios cooperados). A última vindima: 24 milhões de quilos de uva, 20 milhões de litros. Os números surpreendentes já seriam suficientes para aguçar a curiosidade e visitar a vinícola, sem contar a linha biodinâmica, lançada em janeiro, que alia os princípios da produção orgânica com o calendário astral (cuidam  das fases da lua, por exemplo).


                  Nada comparado à experiência que o visitante vai encontrar no tour "Taça e Trufa".  Antes: o contacto com os equipamentos antigos, mais rústicos, usados para fabricação de vinhos e espumantes, e com o interior da pipa de araucária, onde os cristais (o bitartarato de potássio) se depositavam nas paredes (depois extraídos para fabricação de cosméticos, creme dental e, quem sabe, até jóias - novo uso proclamado!).









                O passeio continua pelas pipas antigas, em cada qual há uma frase, de pensadores, filósofos, escritores, que em algum momento dissertaram sobre o vinho. Entre atos é que acontece a experiência "Taça e Trufa", uma experiência cujas palavras são poucas para descrever e expor de uma combinação perfeita de chocolates com vinhos e espumantes, cuja harmonia é incomparável e remete a aromas, sabores e memórias. 





                       São cinco combinações: vinho chardonay com trufa de maracujá; espumante prosecco e trufa de laranja; espumante brut rose e trufa de cereja; espumante moscatel e trufa champagne. Não bastasse a experiência inesquecível, o visitante da Garibaldi degusta a novidade da vinícola, que ainda não está sendo comercializada: o prosecco rose, o primeiro do tipo no Brasil. Uma perfeição!

                        Tudo acompanhado da simpática expertise da enóloga Renata Cardoso.


SALUTE!

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241

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CRÍTICA/GASTRONOMIA: Turismo com Conhecimento na DOMNO e .NERO





                   Chegar na DOMNO Importadora e ser bem  acolhido pela enóloga Regina Bittencurt com um sorriso e uma alegria, mesmo diante de um nebuloso e cinzento dia , por si, já é algo. Ser levado ao diversificado, seleto e eclético varejo da importadora, também. A DOMNO se destaca pela importação de rótulos de variados países: Portugal, Itália, França, Chile, e novos produtores como África do Sul e Nova Zelândia. Cabe destaque para os vinhos deste último, sustentáveis, preocupados com a preservação do meio-ambiente, sem artificialidades que ferem a vida, inclusive a humana.





                 Mas isso é pouco se comparado à experiência seguinte: fica-se sabendo que Bittencurt nos acompanhará na visitação a .NERO, um dos "braços" da Famiglia Valduga, de espumantes produzidos no método  Charmat, premiados nacional e internacionalmente. Não é uma visitação comum. A formação e o carisma da enóloga, aliados à formatação do passeio, são o diferencial da DOMNO.





                Diferentemente de outras vinícolas, o turista não só passa por todas as etapas do processo produtivo do espumante. Na DOMNO o turista realmente experiencia a produção. Ainda que ali não haja vinhedos, "pisagem" de uva, essas coisas a experiência está na degustação da bebida desde a etapa que não passa de um suco, até o produto final (cerca de seis rótulos), passando pela máquina de engarrafamento. Tudo acompanhado de conhecimento fundamentado. A visitação deixa de ser só um passeio e passa a uma aula do "fazer espumante", experimentando, degustando, o suco, o vinho, a primeira fermentação, tanque a tanque, o engarrafamento, o espumante premiado: desde o mais frutado até o mais seco - aroma, perlage, sabor, conhecimento, tudo num equilíbrio perfeito.


GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241


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domingo, 2 de junho de 2019

CRÍTICA/MÚSICA: Família Ramil se reune mais uma vez

         A Família Ramil, de músicos, compositores, instrumentistas, escritores, volta aos palcos do Theatro São Pedro, em Porto Alegre, reunida no show CASA RAMIL. O clã, em cena tem a dupla Kleiton e Kledir, Vitor Ramil, Ian e Thiago (filho e sobrinho de Vitor, respectivamente), que já lançaram disco solo, bem como Gutcha (que está a frente do  grupo Três Marias) e João (carioca, filho de Kledir). Nos bastidores, outros familiares atuam na iluminação, na cenografia, na produção. 

          O show reprisou outro, ocorrido ano passado, inclusive as intervenções/piadas dos artistas, ora sobre supostos roubos de ideias entre eles, ora sobre a comparação a que são submetidos. O repertório seguiu o anterior - cerca duas a cinco músicas de cada, compondo no total vinte canções, mais ou menos. De Kleiton e Kledir, por exemplo, não faltaram os clássicos "Deu Prá Ti", "Paixão", "Noite de São João", "Lagoa dos Patos".  De Vitor: "Estrela, Estrela", "Ramilonga", "Satolep", "Deixando o Pago" e "Foi no Mês que Vem". De Ian: "Artigo Quinto", "Bichinho". De Thiago: "Amora", "Casca".O que mudou: neste show, todos cantaram todos; o que, talvez, pode ser ( como pode também não ser) tão bom - aqui é mais uma questão de gosto (você gosta de outro artista cantando Vitor Ramil, por exemplo?).

       A grande surpresa é João, cuja harmonia e timbre vocais são de uma singular musicalidade. Este, por vezes tímido (quiçá porque soubesse - é o que parecia - que a família estava incomodada uns com os outros), poderia ser melhor explorado. João, junto com Gutcha, são excelentes na percussão, no uso de instrumentos não tradicionais, inventidos e alternativos (Gutcha já foi professora de instrumentação). Nesse quesito - a instrumentação - essa nova turnê de Casa Ramil se supera e se destaca, dado o cuidado em cada música. 

          Como sempre, fâs de um, de outro, de todos, lotam as três sessões e uma extra acontece!

GUILHERME REOLON DE OLIVEIRA
MTb 15.241