Guilherme Reolon de OIiveira
Jornalista, filósofo e sociólogo,
doutorando em Ética e Filosofia Política (PUC-RS)
Diz-se
que sucesso é êxito, resultado feliz. Do latim successus, “chegada”, pela
definição anterior, o conceito trafega entre um fato concreto (a concretização
de um projeto) e um sentimento (a percepção de algo que, por vezes, não é o
ponto de chegada, mas o processo empregado). Desse modo, o conceito de sucesso
está intimamente ligado ao sentimento de felicidade, aquilo que os gregos
definiam como eudaimonia, ou seja, excelência. Pesquisas apontam que
trabalhadores felizes são trabalhadores mais criativos e produtivos.
Talvez por isso empresas
europeias tenham sido pioneiras na contratação de filósofos como diferenciais
de mercado (o que ainda não é uma realidade no Brasil), afinal fora Aristóteles
o primeiro a teorizar sobre o tema, 25 séculos atrás. Portugal, nesse sentido,
também é vanguarda na criação de departamentos de felicidade nas organizações.
Lanches gratuitos, salas de jogos e lavanderia na empresa, além da concessão de
viagens a destinos exóticos, por exemplo, são alguns benefícios presentados a
colaboradores, para que estejam mais satisfeitos em seu ambiente de trabalho.
Se a felicidade é a consequência
da prática, da ação virtuosa, pode-se associá-la diretamente à reputação,
adquirida através do exemplo. Ter uma reputação considerável equivale ao
exercício ético de um estilo próprio, proveniente do processo de tornar-se si
mesmo, só possível pelo cuidado de si, amparado na máxima “Conhece-te a ti
mesmo”.
A reputação está alicerçada a
partir da construção de um projeto de vida (no plano individual) ou de um
planejamento estratégico (no plano organizacional), por meio de questionamento
constante sobre suas visões de mundo, e a partir do tripé Propósito, Paixão e
Valores. Desse modo, a reputação, se calcada em princípios éticos
contemporâneos, como inovação, responsabilidade social e ambiental, sustentabilidade
e diversidade, é convertida em marca, não apenas resultado de marketing, mas
fundada em virtudes. Assim como a imagem (seja individual ou organizacional),
quando amparada em confiabilidade e credibilidade. Marca é o que identifica uma
empresa. Distinção, representa os valores, a missão, os princípios da
organização. Em outras palavras, é afirmação de sua diferença.
Reputação ética equivale à marca
consolidada (ou estilo singular) e, especificamente, case de sucesso. O sucesso
da instituição não está apenas em aumento de sua margem de lucro, mas no
sucesso de seus clientes, de seus parceiros, de seus colaboradores: em suma,
quando todos estão felizes.
Tal construção, nas organizações,
será fruto de Comunicação Integrada, aliada a práticas inovadoras de Cultura
Organizacional que pode ganhar, e muito, inclusive com a presença de um Corporate
Philosopher.