Vera Marta Reolon
Vivemos
momento pandêmico que nos conduziu a
processos educacionais , necessariamente, em EAD (Educação a Distância) , com o
fim de evitar a transmissão do vírus SARS COV 2, ocasionador da COVID-19. Como o vírus e a doença eram/ainda
são, praticamente, desconhecidos,
cientistas do mundo todo saíram em busca de pesquisas para detê-lo. Assim
pesquisas e pesquisadores acadêmicos também buscaram adaptar-se em encontros,
congressos em EAD., como os atuais, que abordo agora, sobre questões ecológicas e sobre Hannah
Arendt.
Hannah,
aluna de Heidegger , filósofa política na Alemanha , no século 20, período da
II Guerra Mundial. Judia, perseguida
pelo nazismo, refugia-se nos Estados Unidos , que a recebem, mas em condições
limitantes já que o trabalho que ela consegue é de professora de alemão e com documentos e passaporte confiscados, logo sem direitos políticos ou, ao menos, com
direitos políticos restritos. Não estava, pois, livre, nem mesmo em um país “livre” ou
sabe-se, que se diz defensor das liberdades. Ela escreve, se comunica,
pesquisa. É convidada por uma revista para reportar o julgamento de Eichmann.
Quem é esse? Eichmann é um soldado das bases nazistas seguidor das ordens do
Reich.
Mas
Hannah vai dizer que, a partir de Eichmann, quando dizemos o povo, não
responsabilizamos ninguém, porque se são todos, um, o responsável, não é
responsabilizado. Na busca por justiça
não a teríamos assim.
Eichmann defendeu-se no julgamento em Nuremberg
alegando que seguia ordens, logo não era responsável por seus atos. Hannah abre discussão sobre esta proposição
fazendo-nos pensar: se somos/estamos
praticando atos sob ordens de alguém não conseguimos refletir sobre estas
ordens, questioná-las e, quiçá, não as realizar se concluímos que são imorais,
injustas ou/e vão contra nossos preceitos éticos? Quando recebemos ordens,
mesmo que em situações de guerra, não temos autonomia de pensamento, a perdemos
e apenas praticamos atos mesmo que errados, deixando de ser o que chamamos (ou
entendemos ser) humanos? Quando somos “mandados” perdemos o cérebro? Seguindo
ordens e regras, perdemos nossa identidade, nossa educação, nossa ética? Somos,
nos tornamos, zumbis que não pensam?
O
Congresso “Quem sou eu para julgar?”,
organizado pela PUCRS, com apresentação dos pesquisadores sobre Hannah dar-se-á
em novembro de 2021 e os artigos
resultantes dessas pesquisas serão compilados em livro. É interessante
informar-se e ver o que podem dizer também deste nosso mundo contemporâneo!.
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