A tradição nem sempre é o sustentáculo de um negócio. A juventude, associada à novidade, também não. Por vezes, o que faz a diferença é a expertise e a experiência no trabalho em outras áreas do conhecimento, conjugada com a vontade de empreender e inovar. É o caso da Padaria Petrópolis, uma rede com quatro unidades, localizada naquela que é considerada o "jardim da serra gaúcha", Nova Petrópolis.
Numa configuração totalmente diferente, com outros proprietários, a padaria foi fundada em 1954. Os atuais proprietários a adquiriram apenas em 1990, como fonte extra de renda, já que seguiam outras carreiras, ligadas às áreas financeira, de marketing e educacional. À época, o estabelecimento tinha apenas cinco funcionários e se concentrava na produção de pães (d'água) e cucas. Em 1994, um ano após a aquisição de novo terreno, pães de milho, integral e de sanduíche, bem como biscoitos e confeitaria, foram agregados, e a Petrópolis os distribuía em supermercados e outros estabelecimentos, não apenas na cidade, mas por toda a região.
A maior renovação, no entanto, acontece em 2002, quando a atual proprietária Dolores Seefeld (até então eram seu marido e outro sócio que administravam o local) decide se dedicar exclusivamente à padaria. Reformas estruturais foram realizadas; processos organizacionais reformulados, especialmente no que se refere a controle de qualidade e logística. Houve investimentos em maquinário, treinamento para funcionários, planejamento estratégico, viagens de conhecimento de produtos e, principalmente inovação na produção. Com o auto desafio "cada semana um produto novo", a Petrópolis também começou a organizar eventos.
Um de seus grandes diferenciais, a diversidade de pães, também foi fruto da administração de Dolores. Sob a consultoria do "embaixador do pão" alemão, Gunther Thiermann, a Petrópolis passou a produzir cerca de vinte variedades de pães e aumentou a linha de confeitaria. Destacam-se os de linhaça, gergelim, girassol, abóbora (nosso preferido), damasco, nozes, uvas passas, alguns desses com farinha importada da França.
Já conhecíamos a torta (só deles) com chocolate belga (imperdível, inigualável) e o pão de cenoura (macio, saboroso, apreciável desde a preparação de uma refeição, até como aperitivo, sem acompanhamentos!). Pudemos também conferir a torta de amendoim (base de amendoim, chocolate e creme de amendoim com caramelo), outra delícia, e a cuca de abacaxi com coco. Presencialmente, provamos do rocambole de espinafre (sem trigo, à base de iogurte) com legumes: leve e, ao mesmo tempo , substancial, super equilibrado, saboroso, lembrando um omelete, excelente de ser apreciado com café expresso.
Mais que "alguém que inspira" (como Dolores se define, e de forma até modesta), temos certeza que há uma artista (como nós a definimos - a arte) na administração da Petrópolis, tendo em vista não só a experiência estética que proporciona, mas a diferença e o estilo que imprime em cada fazer. "Só se ama aquilo que se conhece"(sic) , Dolores destaca, lembrando também que para alcançar o sucesso, "ou se faz o que se ama, na impossibilidade deve-se amar tudo o que se faz"(sic). Isso e muito mais comprova que Dolores é apaixonada por empreender, o que alça a Petrópolis a uma padaria onde cada produto e a casa mesma é uma obra de arte. Imperdível (redundante mesmo!) de ser visitada e saborear suas criações.
Guilherme Reolon de Oliveira
MTb 15.241
Vera Marta Reolon
MTb 16.069
Fotos by@GuiReOli
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