A Cúpula do Clima, que reunirá os principais líderes mundiais nos dias 22 e 23 de abril, incita nossa reflexão sobre importantes questões. Recentemente nos deparamos com um dado assustador: de agosto de 2020 a janeiro de 2021, houve um aumento de 46% no desmatamento da Amazônia em relação ao mesmo período do ano anterior. Independente da ideologia que tenhamos, do governo que apoiamos (ou não), não podemos ignorar determinados números. E principalmente suas repercussões internacionais: os Estados Unidos ameaçaram não apoiar o Brasil no OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) caso o país não repense suas políticas ambientais. Retaliações e sanções econômicas são determinadas, comprovando que a sustentabilidade está baseada em um tripé: pessoas, planeta e lucro. Importante lembrar que o desmatamento é o que mais contribui para o lançamento de gases de efeito estufa, principais responsáveis pelo aquecimento global.
Também o filósofo Félix Guattari, a mais de vinte anos, diagnosticara que as intensas transformações técnico-científicas engendraram como contrapartida fenômenos de desequilíbrio ecológico: uma progressiva deterioração nos modos de vida (surgimento de novas doenças, extinção de espécies, mas óbvio que não só isso - a natureza também comporta seres vivos, mesmo que não humanos). Ademais, a relação da subjetividade com sua exterioridade se encontra num movimento de implosão e infantilização regressiva. Por isso, Guattari destaca que só uma articulação ético-política (por ele denominada ecosofia) entre os três registros ecológicos (meio ambiente, relações sociais e subjetividade humana) é que pode responder a essas problemáticas.
Desmatamento da Amazônia, queimadas no pantanal, mineração de terras indígenas (e, por que não dizer, derrubada de árvores em todo o país, entre outros males) são questões que concernem a todos, porém parecem distantes. e em Caxias?. A maneira como podamos nossas árvores ainda assustam, o lixão a céu aberto em área central (na rua Eusébio Beltrão de Queirós - e em épocas de pandemia?), os latões de lixo deteriorados (cuja manutenção/troca não é realizada há anos).
Nas relações internacionais, o Brasil sempre se destacou no soft power (cultura, meio ambiente). Hoje, isso é colocado em xeque, ao mesmo tempo que as medidas contra a pandemia são questionadas (Parlamento Europeu responsabilizou o Governo Federal recentemente). Comecemos em casa, a separação do lixo, o uso da energia solar; empresas aderindo ao índice ESG e às métricas do Stakeholder Capitalism. E lembrar que ecologia não concerne apenas à natureza, mas ao cuidado de si e dos outros, cujo sustentáculo é a ética da responsabilidade, do reconhecimento da alteridade e da valorização das diferenças.
Guilherme Reolon de Oliveira
MTb 15.241
Vera Marta Reolon
MTb 16.069
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