Guilherme Reolon de Oliveira
Crítico cultural,
jornalista, filósofo e sociólogo
Prezado Adiló, parabenizando-o,
assim como sua vice, Paula Ioris, pela vitória no pleito eleitoral, escrevo-lhe
para que tenhas um cuidado com a política cultural, sucateada que foi. Desejo,
profundamente, que a cultura seja vista em sua dupla faceta: como instrumento
de transformação social e como fonte de progresso econômico, ambas alicerçadas
na dimensão estética, o juízo de gosto, tão importante ao humano quanto à
dimensão ética.
Nesse sentido, que os diferentes
departamentos da Secretaria da Cultura (livro, dança, teatro, música, artes
visuais, patrimônio, popular, etc.) estejam interligados com projetos em comum.
Que esta estabeleça laços com outras secretarias, especialmente a da Saúde (com
destaque para sua coordenação de Saúde Mental, no pós-pandemia), Educação
(fortificando projetos como a Escola Preparatória de Dança, o Passaporte da
Leitura, ampliando suas abrangências, criando outros), Turismo (ações em
enoturismo, rota das cervejas, dinamização dos museus já existentes, como a
Casa de Pedra, movimentando-os, e ampliando o uso dos Pavilhões), Assistência
Social.
Que Cultura e Turismo sejam
vistos como potenciais na geração de empregos, por isso a necessária ligação
desses com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, entendendo-os como novas
matrizes econômicas, tendo em vista a crise de nossas indústrias. A Economia
Criativa é algo a ser explorado, o governo de São Paulo criou secretaria
específica para políticas nesse setor.
Que o Instituto Bruno Segalla
seja cuidado pela administração municipal como trunfo artístico, turístico e
econômico, como a Fundação Iberê Camargo (em Porto Alegre). Que o plano de
ocupação da Maesa, já existente, seja aplicado imediatamente. Para tanto, penso
que o melhor é estabelecer parceria público-privada, em que uma gestão do
espaço seja realizada por Organização Social (à semelhança do Theatro São
Pedro, na capital).
Importante também fortificar os
mecanismos de fomento e os espaços culturais já existentes: que o Ordovás e a
Casa da Cultura sejam lugares de
convivência comunitária, ampliando ações que interliguem departamentos. Coisas
simples, como a ampliação do horário de funcionamento da Galeria Gerd Borheim,
por ex. Atualmente, o caxiense que vai assistir a um espetáculo no Teatro Pedro
Parenti (à noite) encontra a galeria fechada. E, por fim, que festivais como
Caxias em Cena e Caxias em Movimento sejam mais incentivados, para que a
comunidade participe desses como o faz na Feira do Livro, um sucesso de gestão.
Incentivar a Companhia Municipal de Dança, o Coro e a Orquestra de Sopros para
que estes ampliem seus repertórios, com apresentações mensais, também é
fundamental! Isso e muito mais... Utopia? Penso que não! Um abraço e boa
gestão.
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