Somos o que se convencionou chamar "civilização greco-romana". Nossa origem latina está presente em nossa língua (português, francês, espanhol, italiano - todas têm sua origem no latim), em nossa cultura, até mesmo em nossa gesticulação ampla e exaltada (alguns a veem como agressão - mas é entusiasmo e/ou indignação frente às injustiças e adversidades).
Isto tudo para dizer o quê?
Bem, precisamos saber de nossa origem ocidental até mesmo para nos prepararmos em algo simples como narrar esportes em Olimpíadas. As Olimpíadas têm origem nos gregos. A Grécia, além da cultura e da política avançadas tinham no esporte a busca pela superação. Vejam, não é superação do outro, mas a busca era da superação de si, do cuidado de si, da evolução enquanto ser no mundo, também no esporte, no cuidado do corpo.
Muito veem o mundo grego pelo desenvolvimento do pensamento, da argumentação. É justo, porém o desenvolvimento do ser era corpo e mente.
Assim, esportes e argumentação são básicos para o cuidado de si (além da óbvia saúde global) - para melhor relacionar-se, igualmente, no cuidado do outro, das relações e do outro (e com o outro).
Então, por quê tudo isso?
Porque Olimpíadas em sua origem, nada tem a ver com vencer e perder, mas na competição para evoluir-se.
Erramos quando centramos nosso discurso em vencedores e perdedores. Todos são na verdade competidores de si.
Prepararmo-nos para nosso trabalho e para a vida é primordial. Nos dias deste nosso tempo tudo é conduzido para a competição no sentido de ganhar e/ou perder.
Espírito olímpico não privilegia perdedores e ganhadores, mas competidores em busca de excelência e superação.
VÉRA MARTA REOLON
MTb 16.069
CRP 07/7654